Países dos leitores

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domingo, 25 de junho de 2017

-"Foguetes, marchas populares, sardinhas assadas. E mais 7 mitos sobre o S.João


       Tem a certeza de que sabe tudo sobre a festa pagã da cidade Invicta? Na passagem de mais um São João, pedimos a Hélder Pacheco e Germano Silva que ajudassem a desvendar alguns mitos e realidades sobre a maior celebração popular portuense.


Autoria de Miguel Carvalho

Juntos, Germano Silva e Hélder Pacheco são séculos de sabedoria e milhares de páginas rabiscadas e impressas sobre o Porto. Conhecem-no até pelo avesso, à sombra ou ao relento. E não há o mais pequeno apeadeiro dos caminhos históricos da cidade que lhes passe ao lado. Acumulam e protegem saberes populares, ancestrais, e um conhecimento metódico, calcorreado, dos picos e declives das gentes que garantem, todos os dias, a perpetuação das memórias da Invicta. Ora, quem melhor do que esta dupla de investigadores, cultores e amantes obsessivos do Porto e das suas muitas gentes e geografias, para nos desmontar os mitos e realidades da festa mais celebrada da cidade, que este ano talvez junte uma das maiores massas humanas da sua história?



1 - Como e quando começou a celebrar-se o São João?
É a pergunta que muitos fazem. Mas, “em boa verdade, ninguém sabe”, garante o jornalista e escritor Germano Silva. A mais antiga referência que se conhece à festa do S. João do Porto está numa crónica de Fernão Lopes, do século XIV, do tempo do rei D. Fernando. “O cronista chegou ao Porto no dia em que estava a festejar-se determinado acontecimento com um entusiasmo desabrido”. Era o São João. Contudo, a tradição de celebrá-lo “deve ser bem mais antiga”, pois existe uma canção popular que diz "...até os moiros da moirama / festejam o S. João...".

2 - São João, o dia das decisões
Mais do que uma festa, o São João é, desde tempos muito antigos, um dia importante para a cidade. Segundo Germano Silva, “era - e ainda é! - nesse dia que a Câmara reunia excecionalmente para tomar as resoluções mais importantes para a cidade”. Na véspera do dia do santo – que, note-se, não é o padroeiro da Invicta - a edilidade mandava "lançar pregão" pelas ruas a convidar os cidadãos a participarem na reunião. “Pelo São João, elegiam-se os representantes do povo na autarquia. As reuniões faziam-se então no claustro do mosteiro de São Domingos, por ser o sitio mais amplo e por nele caberem todos”. Dúvidas? O Hospital de São João foi inaugurado num dia 24 de junho (neste caso de 1959), o mesmo acontecendo com o Mercado do Bom Sucesso, a Ponte da Arrábida e o atual edifício dos Paços do Concelho.

3 - Sardinhas assadas fazem parte da tradição?
Era bom, não era? A verdade, porém, é outra. Segundo Hélder Pacheco, trata-se de uma moda importada de Lisboa. “As sardinhas vieram para o Porto na década de 1940, com a realização da primeira Feira Popular, no Palácio de Cristal”. Até aí, a tradição da véspera de São João era outra: “Comiam-se torradas à meia-noite e bebia-se café com leite”. No dia seguinte, ia à mesa o anho assado com batatas, em assadeira de barro.

4 – Uma festa sem doce?
Outro mito que perdura é o de que não existe, tal como no Natal e na Páscoa, um doce alusivo a esta época de euforia portuense. Pois bem: existe e recomenda-se, tendo até voltado a ganhar força nas últimas décadas no comércio e na restauração local. “Pelo menos desde o início do século XX que está documentada a existência de um Bolo de São João, provavelmente mais antigo”, refere o investigador, escritor e cronista da cultura e das tradições populares do Porto, Hélder Pacheco.




5 - O fogo sempre foi na Ribeira?
O grande fogo da noite de São João nunca foi na Ribeira portuense, mas sim na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, defronte das Fontaínhas, na outra margem do Douro. Só dias depois se realizava o grande festival de fogo, tendo as ribeiras das duas cidades como cenário. O fogo-de-artifício atual é, segundo Hélder Pacheco, “uma invenção pós-25 de Abril para Presidente da República ver”
.
6 - Um mergulho contra as doenças?
Tomar banho nos rios ou ribeiros na manhã do dia de São João, antes do nascer do sol, é costume antigo. Que prevalece entre os mais afoitos. Reza a lenda que, quem assim fizer, fica imune a doenças durante um ano. “Quando, nos finais do século XIX, se introduziu a prática dos banhos de mar, as banheiras da Foz, numa bem-sucedida operação de marketing, garantiam que nos rios a imunidade era garantida por um ano, mas só os banhos tomados na praia do Ourigo (Foz) imunizavam por cinco
anos”.

7 – Um São João ou três?
Houve um tempo em que a conflitualidade política (e de regime) multiplicou os festejos. Nos finais do século XIX havia, pois, três celebrações do São João na cidade: o de Cedofeita (Miguelista), o da Lapa (Constitucional) e o do Bonfim (Republicano). “As cantigas desse tempo andavam carregadas de segundo sentido ou «recados»”, recorda Germano Silva. Exemplos: depois da vitória do Liberalismo, as pessoas cantavam coisas deste género: “O S. João de Cedofeita / mandou dizer ao da Lapa / que dissesse ao do Bonfim / que a coisa não ficava assim...Os miguelistas mandavam dizer que as coisas ainda podiam mudar...”.

8 - As marchas eram rusgas?
O Porto e arredores nunca tiveram desfile de marchas populares. “Jamais!”, reforça Hélder Pacheco. “As marchas são uma invenção do Secretariado Nacional de Informação, do Estado Novo, que contaminaram todo o País, Porto incluído”. A capital e a Invicta tinham, isso sim, as rusgas, “grupos do povo com tocatas que se deslocavam aos lugares de festa”. No caso do Porto, iam às Fontaínhas.

9 - O centro dos festejos era onde?
O S. João das Fontainhas, ainda hoje considerado a “Meca” dos festejos, é de criação relativamente recente em termos históricos. Data de 1869. “Neste ano”, conta Germano Silva, “um morador do local mandou construir uma monumental cascata. À volta dela, montou pequenas tendas onde se vendia cabrito assado, café, vinho, arroz doce e pão com manteiga”. Na verdade, a "coisa" pegou e as Fontaínhas tornaram-se passagem e destino dos romeiros do São João. De resto, os “centros” dos festejos foram mudando à medida que a cidade crescia ou se expandia do ponto de vista urbanístico.

10 – Festa religiosa ou pagã?
É este, desde sempre, o grande mito. Mas não há dúvidas: o São João é uma festa pagã. Até às entranhas. Por esta altura, explica Germano Silva, “os nossos antepassados colhiam os frutos da terra, arrecadavam o pão nos celeiros e o vinho nas adegas e davam graças aos elementos da natureza que tinham tido intervenção direta na abundância”. Para Hélder Pacheco, trata-se mesmo da “maior festa pagã”, apesar de a Igreja ter tentado fazer do São João e de outros cultos semelhantes “uma apropriação inteligente e sensível”, assegura o escritor.

Os velhos rituais, porém, sobreviveram todos: fogueiras, banhos, orvalhadas, plantas, ver o nascer do sol, etc. “Ainda hoje os balões e as fogueiras têm a ver com o culto do sol, assim como os foguetes e os rituais da água”, acrescenta Germano Silva, honoris causa pela Universidade do Porto. “Os nossos avós agradeciam as dádivas da terra e pediam casamento para as filhas, daí o São João casamenteiro”. Moça que queria saber se casava cedo atirava uma alcachofra à fogueira, retirava-a quando se apagasse e punha-a sobre o telhado da casa onde morava. Se as partes queimadas reverdecessem, casava em breve. “O mesmo se passava com o cravo”, reforça Germano. “A moça deitava-o à rua na noite de São João e punha-se a espreitar da janela. Se a primeira pessoa a passar fosse um homem e pegasse no cravo o casamento estava garantido. E para breve...”


sábado, 17 de junho de 2017

-"O Mundo: uma análise muito divertida "

De: Hernán Casciari
Notas sobre o autor: nasceu em Mercedes (Buenos Aires), a 16 de Março de 1971. Escritor e jornalista Argentino. É conhecido por seu trabalho ficcional na Internet, onde tem trabalhado na união entre literatura e blog, destacado na blognovela. Sua obra mais conhecida na rede, 'Weblog de una mujer gorda', foi editada em papel, com o título: 'Más respeto, que soy tu madre'.
Li uma vez que a Argentina não é nem melhor, nem pior que a Espanha, só que mais jovem. Gostei dessa teoria e aí inventei um truque para descobrir a idade dos países baseando-me no 'sistema cão'. Desde meninos nos explicam que para saber se um cão é jovem ou velho, deveríamos multiplicar a sua idade biológica por 7.
No caso de países temos que dividir a sua idade histórica por 14 para conhecer a sua correspondência humana. Confuso? Neste artigo exponho alguns exemplares reveladores.
A Argentina nasceu em 1816, assim sendo, já tem 190 anos. Se dividimos estes anos por 14, a Argentina tem 'humanamente' cerca de 13 anos e meio, ou seja, está na pré-adolescência. É rebelde, não tem memória, responde sem pensar e está cheia de acne.
Quase todos os países da América Latina têm a mesma idade, e como acontece nesses casos, eles formam gangues. A gangue do Mercosul é formada por quatro adolescentes que tem um conjunto de rock. Ensaiam em uma garagem, fazem muito barulho, e jamais gravaram um disco.

A Venezuela, que já tem peitinhos, está querendo unir-se a eles para fazer o coro. Em realidade, como a maioria das mocinhas da sua idade, quer é sexo, neste caso com Brasil.
O México também é adolescente, mas com ascendente indígena. Por isso, ri pouco e não fuma nem um inofensivo baseado, como o resto dos seus amiguinhos. Mastiga coca, e se junta com os Estados Unidos, um retardado mental de 17 anos, que se dedica a atacar os meninos famintos de 6 anos em outros continentes.
No outro extremo, está a China milenária. Se dividirmos os seus 1.200 anos por 14 obtemos uma senhora de 85, conservadora, com cheiro a xixi de gato, que passa o dia comendo arroz porque não tem - ainda - dinheiro para comprar uma dentadura postiça. A China tem um neto de 8 anos, Taiwan, que lhe faz a vida impossível. Está divorciada faz tempo de Japão, um velho chato, que se juntou às Filipinas, uma jovem pirada, que sempre está disposta a qualquer aberração em troca de grana.

Depois, estão os países que são maiores de idade e saem com o BMW do pai.

Por exemplo, Austrália e Canadá. Típicos países que cresceram ao amparo de papai Inglaterra e mamãe França, tiveram uma educação restrita e antiquada e agora se fingem de loucos.
A Austrália é uma babaca de pouco mais de 18 anos, que faz topless e sexo com a África do Sul. O Canadá é um mocinho gay emancipado, que a qualquer momento pode adoptar o bébé da Groenlândia para formar uma dessas famílias alternativas que estão de moda.
A França é uma separada de 36 anos, mais prostituta que uma galinha, mas muito respeitada no âmbito profissional. Tem um filho de apenas 6 anos: Mónaco, que vai acabar virando gay ou bailarino... ou ambas as coisas. É a amante esporádica da Alemanha, um caminhoneiro rico que está casado com a Áustria, que sabe que é chifruda, mas que não se importa.

A Itália é viúva faz muito tempo. Vive cuidando de São Marino e do Vaticano, dois filhos católicos gémeos idênticos. Esteve casada em segundas núpcias com Alemanha (por pouco tempo e tiveram a Suíça), mas agora não quer saber mais de homens. A Itália gostaria de ser uma mulher como a Bélgica: advogada, executiva independente, que usa calças e fala de política de igual para igual com os homens (a Bélgica também fantasia de vez em quando que sabe preparar esparguete).

A Espanha é a mulher mais linda de Europa (possivelmente a França se iguale a ela, mas perde espontaneidade por usar tanto perfume). É muito tetuda e quase sempre está bêbada. Geralmente se deixa enganar pela Inglaterra e depois a denuncia. A Espanha tem filhos por todas as partes (quase todos de 13 anos), que moram longe. Gosta muito deles, mas a perturbam quando têm fome, passam uma temporada na sua casa e assaltam sua geladeira.
Outro que tem filhos espalhados no mundo é a Inglaterra. Sai de barco de noite, transa com alguns babacas e nove meses depois, aparece uma nova ilha em alguma parte do mundo. Mas não fica de mal com ela. Em geral, as ilhas vivem com a mãe, mas a Inglaterra as alimenta.

A Escócia e a Irlanda, os irmãos da Inglaterra que moram no andar de cima, passam a vida inteira bêbados e nem sequer sabem jogar futebol.
São a vergonha da família.

A Suécia e a Noruega são duas lésbicas de quase 40 anos, que estão bem de corpo, apesar da idade, mas não ligam para ninguém. Transam e trabalham, pois são formadas em alguma coisa. Às vezes, fazem trio com a Holanda (quando necessitam maconha, haxixe e heroína); outras vezes cutucam a Finlândia, que é um cara meio andrógino de 30 anos, que vive só em um apartamento sem mobília e passa o tempo falando pelo celular com a Coreia.
A Coreia (a do sul) vive de olho na sua irmã esquizóide. São gémeas, mas a do Norte tomou líquido amniótico quando saiu do útero e ficou estúpida. Passou a infância usando pistolas e agora, que vive só, é capaz de qualquer coisa. Estados Unidos, o retardadinho de 17 anos, a vigia muito, não por medo, mas porque quer pegar as suas pistolas.

Irão e Iraque eram dois primos de 16 que roubavam motos e vendiam as peças, até que um dia roubaram uma peça da motoca dos Estados Unidos e acabou o negócio para eles. Agora estão comendo lixo. O mundo estava bem assim até que, um dia, a Rússia se juntou (sem casar) com a Perestroika e tiveram uma dúzia e meia de filhos. Todos esquisitos, alguns mongolóides, outros esquizofrénicos.

Faz uma semana, e por causa de um conflito com tiros e mortos, os habitantes sérios do mundo descobriram que tem um país que se chama Kabardino-Balkaria. É um país com bandeira, presidente, hino, flora, fauna... e até gente! Eu fico com medo quando aparecem países de pouca idade, assim de repente. Que saibamos deles por ter ouvido falar e ainda temos que fingir que sabíamos, para não passarmos por ignorantes.

Mas aí, eu pergunto: por que continuam nascendo países, se os que já
existem ainda não funcionam?

E Portugal?
Por esta ordem de ideias Portugal será um kota de 62 anos, que não quer saber dos filhos que fora de horas teve em África duma mãe trintona ( todos agora com por volta dos dois anos e meio) enquanto se perde de amores pela enteada katorzinha que do outro lado do Atlântico se insinua emergente e tesuda ao som do Samba. Proxeneta por tradição, sendo o mais velho na Europa acha que os outros têm obrigação de o sustentarem, e para tal usa de todos os estratagemas e de chantagem emocional: quando necessário até canta o Fado. Fabulosa localização com... "aquela janela virada para o mar"! Já para não falar das vinhas ancestrais que lhe crescem  nas traseiras do
quintal, do azeite  das oliveiras que bordejam a propriedade, do peixinho fresco que só falta conhecer o caminho para o assador para ser perfeito!

Ah! À sua custa vivem duas belas filhas solteironas já quarentonas: uma toda virada para a ecologia, com uns olhos azuis lindos como lagoas; e a outra, muito rebelde, a ameaçar casar sempre que a mesada tarda. Ambas com um temperamento assaz vulcânico, prometem ainda dar que falar: a primeira tem sempre a cama feita para um jovem ricaço que a visita amiude de avião; e a segunda, de tão bela, dá-se ao luxo de nem se depilar da sua floresta laurissilva, recentemente eleita para Património Mundial da Humanidade.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

-" Erasmus "

EU SOU UM PRECURSOR DO ERASMUS !

O programa ERASMUS (de mobilidade e intercâmbio de jovens europeus) festejou, há dias, 30 anos http://www.vercapas.com/noticias/o-ministro-a-pasteleira-e-a-funcionaria-publica-o-erasmus-fez-deles-europeus/1027073.html !
Eu. há mais de 30 anos, fiz o meu Erasmus por minha iniciativa e por minha conta. Foi assim que me tornei um cidadão do mundo !
Mas não me limitei a rumar para paises de idioma castelhano, francês ou inglês (onde tudo seria mais fácil), como os festejados no Parlamento Europeu (como o nosso Ministro da Educação). Fui para a Alemanha, onde estavam a técnica e mentalidade que me interessavam.
Foi pena que nestes festejos não se tenham lembrado dos precursores que têm andado, durante anos, a incentivar o intercâmbio entre jovens de diferentes países, divulgando a vantagem de enviar para o estrangeiros o maior número possível de jovens, com o argumento de que isso faria ampliar a sua cultura e noção de civismo.
Portugal envia, anualmente, 8.000 jovens para o programa Erasmus.
Fico feliz pelo Erasmus que, na minha opinião, foi uma das maiores conquistas da UE.

domingo, 11 de junho de 2017

-" Pois bem ! "



Se um inglês ao passar me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,
fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.
Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,
fui eu que t'as cedi num dote de princesa.
e para te ensinar a ser correcto já,
coloquei-te na mão a xícara de chá...

E se for um francês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa
de ter sido cigarra antes da Provença.
Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei
Antes de Montgolfier, um século! Voei
E do teu Imperador as águias vitoriosas
fui eu que as depenei primeiro, e às gloriosas
o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,
por essa Espanha acima, até casa a coxear.

E se um Yankee for que me olhar com desdém,
Num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Quando um dia arribei à orla da floresta,
Wilson estava nu e de penas na testa.
Olhava para mim o vermelho doutor,
— eu era então o João Fernandes Labrador...
E o rumo que seguiste a caminho da guerra
Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra.

Se for um Alemão que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!

Eras ainda a horda e eu orgulho divino,
Tinha em veias azuis gentil sangue latino.
Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...
Siguefredos hei mil, mas de real valor.
Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!
Os Nibelungos meus estão vivos na História.

Se for um Japonês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!

Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!
Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha!
Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça
belicosa do mundo e do futuro ameaça.
Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda
foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.

Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;
Vejo no firmamento as estrelas de Deus,
e penso que não são oceanos, continentes,
as pérolas em monte e os diamantes ardentes,
que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:
— São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,
extasiado fixou pela primeira vez...
Estrelas coroai meu sonho Português!

P.S.
A um Espanhol, claro está, nunca direi: — Pois bem!
Não concebo sequer que me olhe com desdém.


domingo, 4 de junho de 2017

-" A corrupção no mundo em 2016 "

Como mostra o gráfico abaixo, a corrupção é um problema global. Quanto mais vermelho escuro, mais corrupto é um país. De acordo com o novo relatório da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, a corrupção é imensa e vai muito além do roubo de dinheiro público.
Os países receberam notas que variam de 0 a 100. Ao todo, dois terços dos 176 países listados no índice têm uma pontuação abaixo de 50, numa escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto).
Clicando no mapa pode ver-se o lugar que cada país ocupa.
Com a pontuação de 100 não há nenhum ! Com mais de 50 pontos temos: Dinamarca(90), Nova Zelândia(90), Finlândia(89), Suécia(88), Suiça(86), Noruega(85), Holanda(83), Canadá(82), Alemanha(81), Reino Unido(81), Austrália(79), Bélgica(77), Áustria(75) EUA(74), Japão(72), França(69), Emirados Árabes Unidos(66), Portugal(62), Polónia(62), Espanha(58) e República Checa(55).
Por curiosidade registe-se que o Brasil, a China e a Índia têm 40 pontos cada.