Países dos leitores

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

-" Como evitar a falência da Segurança Social"

Rendimento Básico Incondicional ou Contribuição para a Segurança Social ?
Qual destas duas soluções será a ideal para evitar uma situação catastrófica provocada pela robotização ? (Ver https://rosadosventosan.blogspot.com/2019/01/robotizacao-e-as-pensoes-de-reforma.html#links

Manter a contribuição para a Segurança Social no valor igual ao que correspondia aos trabalhadores substituidos pelos robôs será uma solução. Muitos empresários não irão gostar da ideia mas se forem capazes de ver a médio prazo chegarão à conclusão que o retorno do investimento os irá compensar. Desse modo puderá garantir-se a continuidade dos subsídios de desemprego evitando-se, a curto prazo, uma tragédia social. Mas, mais tarde ou mais cedo, os problemas surgirão devido à curta duração dos subsídios.


Portanto, resta-nos como única solução a longo prazo a introdução do Rendimento Básico Incondicional (ver https://rosadosventosan.blogspot.com/search?q=Rendimento+B%C3%A1sico+Incondicional


O Rendimento Básico Incondicional é um rendimento mensal para todos, independentemente das suas necessidades e sem quaisquer contrapartidas. Substituirá a maior parte dos subsídios e permitirá que todos possam viver com dignidade.
Na Finlândia e no Canadá já estão a decorrer projetos-piloto estatais; na Suiça o projecto foi discutido no Parlamento mas não foi aceite por não haver condições; na Alemanha e noutros países o assunto tem sido limitado a debates e algumas iniciativas privadas. Apesar disso, são boas notícias para os defensores do Rendimento Básico Incondicional, nos quais me incluo. 

Os críticos do projecto duvidam das possibilidades de financiamento e receiam o efeito que ele possa ter na sociedade. 
Os apoiantes, incluindo alguns empresários entre os quais os presidentes da Mercedes-Benz e da Siemens, consideram ser uma medida inevitável face à galopante digitalização e à consequente perda de lugares de trabalho e de rendimentos.   



sábado, 26 de janeiro de 2019

-" A robotização e as pensões de reforma"


Foto

Há alguns dias foi publicado um estudo no qual se afirmava que a robotização iria acabar com 1,1 milhões de lugares de trabalho nos próximos 10 anos. É, sem dúvida, uma questão preocupante, principalmente, no que toca à sustentabilidade da nossa Segurança Social.
Não creio que isso aconteça em tão pouco tempo mas não tenho dúvidas de que é inevitável; e mesmo que tivesse, o fascinante cenário do vídeo que se segue dissipá-las-ia.

Vídeo

É evidente que pondo um robô a susbtituir um ou mais trabalhadores os encargos que a Segurança Social terá de suportar irão aumentar, enquanto o valor das Contribuições irá diminuir. Ora, aumentando, neste caso, os subsídios de desemprego e diminuindo as contribuições é lógico que a pressão sobre a S.S. irá aumentar e quando entrar em défice será o "canto do cisne".
Numa inquérito feito há dias, no meio universitário, a maioria dos estudantes não acreditava que fosse ter reforma.
Perante um cenário destes que medidas se irão tomar ? 
Ficaremos nas lamentações ou vai surgir alguèm que tenha a coragem de propor uma solução ?

sábado, 5 de janeiro de 2019

-" A nova religião ! ? ..."


Autor: Pedro Norton   








Fui convidado recentemente pelo meu Pai - o criador e detentor deste blogue - a interpretar o uso do telemóvel, pelas pessoas em geral, como sendo uma nova religião.
Na altura não compreendi de imediato o que é que isto poderia significar, nem tão pouco a dimensão desta perspectiva. Cheguei inclusive a considerar, primeiramente, que seriam de grande número os que desejariam dispor de uma inversão daquilo que são as escolhas comuns de hoje em dia: todas aquelas que os outros rejeitam ou então simplesmente esquecem ter. Como ter amigos e não estar com eles, poder ajudar alguém e simplesmente não querer fazê-lo e, especialmente, ter à disposição, uma vida social recheada de experiências sensoriais biológicas e optar pelas diferentes alternativas virtuais. 
Todas estas possibilidades apenas dizem ao nosso ego que podemos escolher. Passar os dias alimentando um estômago psíquico e uma fome insaciável de seguranças e convicções, sem razão de ser, como se de gula se tratasse. Só as ter. Só as sentir. Mas deveríamos fazer mais? Há 40 mil anos, bastava-nos isso para sermos felizes. No meio de predadores, risco de fome e tantos outros perigos conflituosos com a nossa sobrevivência, que mais poderíamos querer? Quando a medicina interrompeu a selecção natural do ser humano, a nossa espécie pouco mudou, existindo hoje em dia uma satisfação pela colmatação daquelas mesmas necessidades. Estamos socialmente seguros se tivermos o poder de rejeitar: basta-nos saber que há escolha. Estamos satisfeitos pela noção de sermos capazes de criar uma realidade melhor para quem está perto de nós, as outras tribos, os outros grupos, a nossa própria família, mas não necessitamos de o fazer. Nada disto era uma garantia nos nossos primórdios - estávamos todos em risco e só queríamos segurança e hoje ela não se mede pela quantidade de lanças que temos disponíveis ou pelo número de predadores existentes, mas sim pelos "likes" nas nossas fotos, actividades e alcance social virtual. Todos os nossos impulsos básicos biológicos e psicológicos foram transferidos de um mundo austero, perigoso, violento e selvagem para o único em que se tornou mais fácil este tipo de alimentação: o digital. 
Efectivamente a sugestão do meu Pai teve toda a lógica, sendo indiscutível que a fé e a prática religiosa foram os primeiros meios virtuais de satisfação egocêntrica e agora existem outros perfeitamente equiparáveis. A propagação da palavra dos profetas conseguiu uma alienação, na sua maioria inabalável, do cérebro dos fiéis seguidores - processo que envolve, obviamente, neurotransmissores e fenómenos neuroquímicos. Mas quando as religiões estavam a dar os seus primeiros passos, a palavra neurociência estava longe de ser inventada. Hoje a religião do telemóvel tem uma tremenda vantagem, pois consegue saber com exactidão que tipo de "Boa Nova" (novas aplicações) estimularão uma maior produção de dopamina no cérebro, o neurotransmissor responsável pela dependência, vício e prazer. Existem em construção projectos que constituem um autêntico "hackeamento" do cérebro, pelo design de um vício propositado, desenvolvido por neurocientistas. E outros que pretendem a criação de uma rede global de consciência onde possamos vir a estar todos em sintonia e partilha constante de pensamentos - imagino se a palavra privacidade existirá daqui a 20 anos. Felizmente alguns influentes também se encontram a investir em mecanismos digitais que se relacionam com o cérebro, em projectos sem fins lucrativos, com o único objectivo de evitar este "hacking" e proteger a dignidade humana, dotando-a na mesma de um acesso tecnológico que acompanhe os sinais do tempo.
Darei a conhecer todas estas iniciativas num próximo texto e recomendo reflexão sobre que tipo de relação, estabelecem na realidade, os leitores deste blog com o seu telemóvel. 

Contacto: neuroinvestigacao@gmail.com