Países dos leitores

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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

-"A Primeira Comunidade de Luso-Descendentes"


 A Comunidade “portugee” pode ter sido criada pelos sobreviventes das caravelas de Gaspar e de Miguel Côrte-Real que teriam naufragado, em 1501, na costa da Terra Nova ou mais para Sul. Como percurso natural, penetraram nos Apalaches onde encontraram os índios cherokee, como prova a Pedra de Dighton, no Massachusetts, com as suas inscrições de 1511.

Esta minha hipotese contraria a que é apresentada pelo investigador Manuel Mira no seu livro (ver  https://rosadosventosan.blogspot.com/2018/09/mais-antiga-comunidade-de-luso.html


Ele parte do princípio que a comunidade dos” portugee” ou “melungeons”se formou com os portugueses que se fixaram, em 1567, na Florida e, mais tarde, se entranharam nas montanhas dos Apalches em busca de ouro.
É pouco provável que assim tenha sido visto o percurso da Florida a Massachusetts ser gigantesco e as inscrições na Pedra de Dighton terem sido feitas 56 anos antes.
(ver https://rosadosventosan.blogspot.com/search?q=Os+historiadores+renegados)


Desde 1452 que os portugueses, 40 anos antes de Colombo, navegavam ao longo do litoral do continente americano. Nesse ano, Diogo de Teive navegou próximo da Terra Nova, onde mais tarde, em 1474, João Vaz Corte-Real e Álvaro Martins Homem desembarcaram oficializando a sua descoberta. Consta que, em absoluto sigilo, em 1478 João do Estreito e Fernão Dulmoa chegaram à costa do que hoje é os Estados Unidos. Em 1491, Pedro de Barcelos e João Labrador exploraram a costa americana.
Em 1501, os irmãos Gaspar e Miguel Côrte-Real atingem, de novo, a Terra Nova (também conhecida como Terra dos Côrte-Real), onse se inicia a pesca do bacalhau.
No mesmo ano Gaspar Côrte-Real não regressa da sua nova viagem à Terra Nova, acontecendo o mesmo com seu irmão Miguel que o foi procurar.

Os "portugee" têm traços fisionómicos onde se identificam origens europeia, africana e índia.
A origem índia dispensa explicação, a europeia é explicada acima e a africana será, também, de membros das tripulações.




domingo, 23 de setembro de 2018

-“A mais antiga Comunidade de Luso-Descendentes ?...”

“Existe uma comunidade nos Estados Unidos que afirma ser de descendentes
dos náufragos de um navio português que afundou na época das Descobertas”.

Encontrei esta afirmação no decorrer
da investigação que fiz sobre as Comunidades de Luso-Descendentes num livro de Manuel Mira, um investigador há muito residente nos Estados Unidos, que faz revelações surpreendentes.
Segundo ele, existe uma comunidade em Sneedville, uma cidade nas montanhas Apalaches, que reclama a sua ascendência portuguesa e cujos membros se intitulam “portugee”. 


Teriam vindo para Sneedville no século XVII devido às precárias condições de vida no interior das Apalaches, onde viviam muito antes do domínio inglês. Na generalidade são denominados de “Melungeons” (melungos em português) devido aos traços fisionómicos onde se detetam origens europeia, africana e índia.
A única documentação encontrada sobre esta comunidade é o censo de 1784, no qual se afirma que a origem dos Melungos é portuguesa.
O autor refere a existência de uma placa algures onde se lê: “Em 1567 passou por aqui uma expedição espanhola comandada por Juan Pardo” e afirma ser do seu conhecimento anterior que Juan Pardo trouxera portugueses para a Florida. Mais tarde descobriu um livro sobre os Melungos onde se afirmava que estes seriam descendentes de portugueses e espanhóis que foram para certas zonas da Carolina do Norte à procura de ouro e que foram capturados ou auxiliados pelos índios Cherokee.

Ficam estas revelações e o tema para posteriores investigações.

sábado, 8 de setembro de 2018

-"Les portuguais": a comunidade de luso-descendentes de Casamansa, no Senegal"


Depois de 75 anos de domínio francês e de 37 anos de independência os crioulos de Ziguinchor ainda são conhecidos como "les portuguais".

Na margem do rio Casamansa, no Senegal, encontra-se a cidade de Ziguinchor que nasceu a partir de uma feitoria instalada pelos portugueses em 1645.
Da sua população faz parte uma classe social designada por "fijus di terra", constituída por descendentes de portugueses e mulheres de etnia Diola, que ainda hoje mantêm apelidos portugueses como Afonso, Barbosa, de Carvalho, da Silva, e da Fonseca, entre outros.
Esta classe social é dos proprietários da terra, e distingue-se dos demais grupos étnicos pela língua crioula, pela religião católica, pelas maneiras, hábitos e vestes europeus. Talvez a característica mais sonante desta população fosse o conhecido "Domingo de Ziguinchor" em que a população ia à missa e passeava com as melhores roupas e chapéus pelas ruas e jardins de Ziguinchor.


O objetivo da feitoria de Ziguinchor era o comércio com o reino de Casamansa, o reino mais amigo dos portugueses ao longo da costa da Guiné, cujo rei vivia à moda europeia, com mesa, cadeiras e roupas ocidentais, contando com muitos portugueses na sua corte.
Com o passar dos séculos Portugal deixou a região progressivamente abandonada, em favor de outras prioridades, vindo a feitoria a converter-se num simples presídio.
A região de Ziguinchor e de Casamansa foi cedida à França em 13 de Maio de 1886, após pertencer a Portugal durante 240 anos.
No censo de 1963, dos 42.000 habitantes de Ziguinchor, 35.000, falavam o crioulo (83%), e 30.000 tenham o crioulo como língua materna (71,4%).
Depois de 75 anos de domínio francês e de 37 anos de independência os crioulos de Ziguinchor ainda são conhecidos como "les portuguais".