Países dos leitores

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sábado, 27 de setembro de 2008

SOBRE “AS VERDADES OCULTAS EM PORTUGAL”

No passado dia 23, o nosso amigo Macieluxcitânia publicou no “Nova Águia” um texto que lhe chegou de Espanha, contando que ele nos trouxesse algo de novo quanto ao passado recente, ao presente e ao futuro do nosso país.Deu-lhe o título de “As verdades ocultas em Portugal”.
Lamento discordar consigo, meu caro Macielluxcitânia.
Verdades ocultas ?... Quem não as conhece ?...São do domínio público !...
Que a nossa produtividade é a mais baixa da UE?
Que há pobreza, que a justiça não funciona, que a formação profissional é uma anedota, que os fundos públicos são mal gastos ?
Quem não sabe disso ?...

Que os vencimentos dos executivos portugueses estão ao nível, e em alguns casos até acima, dos que se praticam no resto da UE ?
Que a camada menos favorecida da população é que está a pagar a crise ?
Que as vendas de viaturas utilitárias caíram de forma estrondosa e que as de alta cilindrada não chegam para as encomendas ?
Isso, também, não é nada de novo !...
Veja o que se passa na Ilha de Tróia !... Os apartamentos mais caros, alguns de preço superior a 500 mil Euros, já foram todos vendidos. Quer um indicador melhor do que este ?
Que no Norte de Portugal há mais Ferraris por metro quadrado do que em Itália ?
Isso, também, não é novidade.

Que os dinheiros que vieram para a formação profissional desapareceram sem ter havido formação ?
Consta-lhe que alguém tenha sido condenado por desvio de fundos ?!...
Que a maioria dos profissionais liberais escamoteiam o IVA e prestam falsas declarações para o IRS, tendo o descaramento de declarar rendimentos pouco superiores ao salário mínimo nacional ?
Há alguém que desconheça isso além das autoridades fiscais deste país ?

Que o 25 de Abril veio fazer de Portugal um país de snobes ( com toda a carga que a origem e formação desta palavra trás consigo ) onde quase todos, basta terem um curso mesmo médio, querem ser tratados por “doutores” ?
Ainda há quem se lembre das “manifes” às portas dos institutos exigindo a sua classificação como ensino superior ?
Que devido à “doutorite” de que se sofre, Portugal se tornou o bobo da UE ?
Que todos os estrangeiros quem têm de vir a Portugal tratar de negócios se riem nas nossas costas ? Até os nossos vizinhos espanhóis dizem ( para serem simpáticos ) que os portugueses são “ demasiado formales “.
Na Europa só conheço outro país que sofre da mesma doença: a Áustria, onde os empregados-de-mesa ficam angustiados quando não podem tratar os clientes por “barão” ou, ao menos, por “doutor”.
Não há dúvida de que os portugueses não têm um comportamento exemplar. Mas, o que não se pode é classificá-los de estúpidos.
O seu comportamento é condicionado pela máxima generalizada de que “ só paga impostos quem é parvo ou não lhes pode fugir “.
E porquê ? A culpa será deles ?
Fiscalizações, não há ( nem convém); a justiça não funciona ( que conveniente); os maus exemplos vêm dos políticos (por isso não convém fiscalização).
Mas não tenhamos ilusões, porque a corrupção também existe em Bruxelas!.. Se assim não fosse, acham que algum comissário minimamente consciencioso mandaria fundos, uns atrás dos outros, sem controlar a sua aplicação ?
Como se pode ver, tudo o que o texto menciona já é conhecido há muito, pelo menos aqui no Norte. Isso confirma-se pelo comentário de Casimiro Ceivães ( com o qual concordo) de que o texto tem “ algumas imprecisões embora, o que não é novidade, o quadro geral seja acertado”.

6 comentários:

  1. TRANSCRIÇÃO DE 7 COMENTÀRIOS publicados no Nova Águia

    LARA disse...
    Ter repetido em português o que estava dito em espanhol talvez seja útil para quem tenha dificuldades nas línguas.

    28 de Setembro de 2008 4:13

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  2. Arnaldo Norton disse...
    Tinha pensado em responder ao seu comentário no mesmo tom desabrido que utilizou, não só neste como no que escreveu acerca do meu texto “32 mil centenários no Japão”, mas ao ler os seus comentários ao texto"Aforismos trans-patrióticos" mudei de ideias porque, curiosamente, compartilho parte deles.
    Não há dúvida que este blogue, às vezes, fica muito estranho e mais parece uma feira-de-vaidades ou o escaparate duma livraria, do que um blogue onde se deveriam debater ideias de forma construtiva.
    Assim, gostaria de lhe pedir que me dissesse, sinceramente, se os comentários que tem feito aos meus textos lhes são dirigidos ou mais ao critério que impera no blogue.

    28 de Setembro de 2008 19:51

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  3. LARA disse...
    Penso que me está a interpretar para além da letra, eu apenas reajo ao que leio, como qualquer leitor.

    28 de Setembro de 2008 22:58

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  4. Arnaldo Norton disse...
    Bem!...então se os seus comentários são só reacções ao que lê,terei de considerar que a sua capacidade interpretativa é diminuta.
    Insinuar que me limitei a traduzir o texto castelhano é, no mínimo,ridículo.
    Será que Você se sentiu atingida por algo que eu afirmei no texto ?
    Como vê, eu, nos meus comentários não me limito a insinuações, mesmo sem estar a coberto do anonimato.
    Se quizer debater qualquer assunto de forma séria e bem intencionada estarei ao seu dispor e até tentarei puxar o assunto para a página principal.De outro modo será pura perda de tempo que não me interessa.

    29 de Setembro de 2008 13:32

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  5. LARA disse...
    As suas considerações parecem colocar-se sempre numa norma: você é esclarecido e eu estúpida. Mas sabe tenho um doutoramento e mais de 3 décadas de ensino, passei por dificuldades na minha vida e problemas de saúde, alguns até limitadores das minhas capacidades intelectuais, mas continuo a reconhecer a inteligência quando a leio.
    Quanto ao seu texto, desafio-o a mostrar o que acrescentou de seu ao texto em espanhol.

    29 de Setembro de 2008 15:50

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  6. Arnaldo Norton disse...
    Aí está a explicação para o ensino se encontrar como está. Se são esses os valores que passa aos seus alunos,coitados deles.
    Não tenho tempo para perder e, além disso, já abri uma excepção pois não costumo dar rélica a gente anónima.
    Passe bem.

    29 de Setembro de 2008 17:55

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