Países dos leitores

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

-"Eu"

Não sou eu, eu em quase nada do que são os seres humanos. Sou tão apenas eu que nada mais existe que não seja este ser eu em cada gesto, em cada pensamento, em cada segundo em que viva a mim mesmo perante e diferente dos modelos dos outros.

E ainda que a alguém pareça ver outro semelhante, através de mim, e veja mesmo outros personagens parecidos uns com outros, não sou eu absolutamente desses nenhum.
Só lamento não ser eu tão eu quanto fora o Eu concebido pelo sábio grego! Apesar disso sou modestamente original dentro dos limites do entendimento de mim e do mundo exterior, que me serve de espelho.

Sou um conjunto construído através das minhas janelas dos sentidos com os elementos exteriores, e modestamente elaborados pela minha inteligência e sensibilidade inteiramente tal como sou.

Sendo, pois, este um, mais ou menos como todos são para si próprios. Mas cada um para si, entenda-se isto bem, não é o mesmo de cada um para o outro!
O ser cada um para si mesmo é completamente diferente da personalidade de cada indivíduo vista do lado de fora por outro... Embora haja quem para si mesmo minta e finja ser o que não é, e até julgue os outros!

Mas se for cada um para si mesmo real, haverá de ser o que é e continuará sendo o ser real para si mesmo, pouco importa o grau ou medida que cada um leve nos olhos ou nas mãos para medir ou pesar o outro do lado de fora.

E nessa arte são tão imprevisíveis os anônimos transeuntes quanto os doutores, os reis, os fortes, os fracos... Porém todos e qualquer um são assim sem nenhuma arte e pouco importantes para outrem, sendo apenas uma pequena parte... ou alguém.

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