Países dos leitores

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

-" Se eu tivesse de discursar, em 31 de Janeiro, nas comemorações da tentativa de implantação da República no Porto..."

plagiaria o seguinte discurso feito em 1936:

“O irregular e promíscuo funcionamento do poder público é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.

Independemente dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos, supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo, de facto, a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.

A Presidência da República não tem força nem estabilidade.

O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho.

Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.

A administração pública, incluindo as autarquias, em vez de representarem a unidade a acção progressiva do Estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos, o ceptimismo, a indefença e, até o pessimismo.

Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram, fatalmente, à corrupção generalizada que se instalou.”

Nota: este discurso foi feito por Salazar em 1936. Não há, da minha parte, quaisquer sintomas de saudosismo, muito pelo contrário, há a intenção de alertar os menos versados em história para o paralelismo das situações e das consequências que de aí podem advir.



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