Países dos leitores

Países dos leitores

sexta-feira, 30 de julho de 2010

-" Paula Cruz "

Uma ilustre luso-tailandesa

Dando uma volta pelos meus arquivos, encontrei este curiosíssimo documento, da
autoria de José Martins, de Banguecoque, ao qual, pela sua originalidade, nem a grafia me atrevi a alterar :

" Graças a uma brochura editada pela Berli Jucker (nome que substitui a Jucker & Siggs & Cª) em 1982 e, durante as festividades dos 200 anos da existência de Banguecoqu, que mão amiga me fez chegar.
Durante mais de 20 anos dediquei parte da minha vida a investigar a história do passado de Portugal no Reino do Sião.
A história de Paula Cruz, assim como a da lusa-japonesa Maria Guiomar de Pina , apaixonam-me e merecem todo o meu cuidado em continuar a investigar as suas obras, dá-las a conhecer para que não se perca a história no correr do tempo.
Porém na “papelada” velha, dos arquivos da Embaixada de Portugal (infelizmente muito mal cuidada e preservada no século XIX e no XX) nunca encontrei, referênncia que fosse, no livro de Assentos de nascimentos, casamento e óbitos que me dessem conta de Paula Cruz.
Penso que todos os registos de nascimento, baptismo e casamento e até do óbito, foram efectuados na Paróquia do Bairro de Santa Cruz e já seguiram (não me restando dúvidas) para os arquivos do Vaticano, onde neles é missão impossível penetrar nesse santuário político e eclesiástico.
José Martins/Banguecoque 2006


" Uma ilustre luso-tailandesa no Reino do Sião "

Os avós de Paula Cruz, nasceram, no “Ban Portuguete” (Aldeia dos Portugueses), em Aiutaá. Seus pais e ela viram a luz do dia no portuguesíssimo, Bairro de Santa Cruz, em Thomburi; do lado oposto de Banguecoque e junto à margem esquerda do grande rio Chao Praiá.

(ler o texto completo em « http://rosadosventos2.blogspot.com » )


sábado, 24 de julho de 2010

-" Dinheiro para papel de embrulho "

Colaboração de: Ute Pferdehirt, Bonn (Alemanha)

A Decadência dos Ricos

No Mundo inteiro, morrem 11 crianças em cada minuto, vitimadas pela fome ! ... No entanto, os ricos e os super-ricos não param de encontrar meios para demonstrar a sua decadente qualidade de vida.
A loja de moda para ricos „Maus & Hoffman“, em Palm Beach - Florida, embrulha as caixas de sapatos e outros artigos já primosoramente embalados que os seus clientes compram, em verdadeiras notas de dólar ! . . . Para isso, a loja tem uma autorização especial do Banco Federal ! ? . . .
As notas em folhas ainda por cortar, são enviadas pelo próprio Banco em Washington e utilizadas pela loja para embrulhar as compras no valor de milhares de dólares que os seus clientes fazem.
„Clientes verdadeiros“ garantiram que, depois de desembrulharem as compras, mandam o papel de embrulho para o lixo.
É deste modo que, na época alta, saiem da loja, por semana, mais de 400 peças embrulhadas em notas de dólar ! . . .
É inacreditável !. . . É repugnante ! . . . Mas, infelizmente, é verdade e podem confirmá-lo vendo o vídeo que se segue.



Fonte: "gegen-hartz.de"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

-" Carmen Miranda "

Patrimônio da Lusofonia
J. Jorge Peralta

Carmen Miranda, a Pequena Notável, que Portugal está revendo em grande exposição, em Lisboa, está sendo vítima de trapalhadas americanas.
Dela falamos em crônica, anterior:
Carmen Miranda no Panteão da Lusofonia
http://www.portaldalusofonia.com.br/carmemmirandapanteao.html
Como quase tudo que é brasileiro e português, os herdeiros dos direitos da imagem da célebre cantora e artista, e os seus amigos, não souberam divulgar o nome como merece, mantendo-a viva na alma do povo.
Herdeiros?! Artista deveria ser declarado Patrimônio Imaterial Nacional. A Nação deveria zelar por seu nome, sua imagem e sua divulgação.
Rui Castro escreveu a s melhor biografia, de Carmen Miranda, que, podia ser mais cuidada.
Assim mesmo valeu.
Agora um americano quer fazer um filme da artista. Boa ideia?! Talvez, desde que respeite a identidade da personagem.
Parece não ser o caso. A figura brasileira de Carmen Miranda, desde o título, está passando, por dançarina Cubana ou Mexicana, que fala espanhol, como diz Rui Castro.
Ao menos o roteiro do filme é uma afronta à Lusofonia. O nome previsto do filme é “Maracas” que tem pouco a ver com a artista.
Carmen Miranda, como bailarina Cubana ou Mexicana?! Nunca. Nada contra os Cubanos ou contra os Mexicanos. Apenas a cada um o que é seu. Carmen Miranda é nossa. É patrimônio da Lusofonia. É uma artista de primeira grandeza. Quem a conhece, sabe.

Infelizmente, os americanos não conhecem o Brasil e os Brasileiros. De América Latina só conhecem seus vizinhos mexicanos e cubanos.
A Lusofonia não chegou aos EUA. Lastimavelmente.
Carmen Miranda precisa ser lembrada, com sua identidade autêntica, falando português...
O cineasta pode fazer a artista a seu modo, desde que respeite o modo de ser dela mesma.
Que os herdeiros e guardiões do nome de Carmen Miranda e da sua imagem saibam exigir, do cineasta americano, respeito à história da artista e respeito à Lusofonia. Isto é essencial. Que saibam fazer reviver Carmen Miranda e já terão um grande mérito.
Se o americano quer fazer o que os empresários do ramo, no Brasil e em Portugal, não conseguem fazer: Um Grande Filme de Arte sobre Carmen Miranda, que seja bem-vindo o americano.
Mas que seja bem assessorado par anão falsear a identidade de nossa artista.
Carmen Miranda, há muitos anos, deveria estar nas telas, com todo o seu peso, valor e sedução.
É uma artista descomunal, para quem souber ver fundo, semioticamente o que ela representa em nosso espírito, em nossa alma e em nossa cultura.
Carmen Miranda é uma marca indelébel da brasilidade, naquilo que o brasileiro tem de melhor e de eterno, sem as banalidades que lhe atribuem.
Há outro projeto, no Brasil, para levar a história de Carmen Miranda às telas. Mas não prossegue. Compromissos devem ter prazos de validade...
Que façam quantos filmes quiserem, desde que sejam leais à artista, aos seus valores e à lusofonia, e tenham qualidade digna de se ver. Essa deveria ser a norma.



domingo, 18 de julho de 2010

-" Chover no molhado "

Quando se instalou, neste blogue, a polémica provocada pelas infelizes declarações “fabricadas” e atribuídas à pseudo-jornalista holandesa sobre o Brasil, eu pedi ao nosso amigo e colaborador Canojones para enriquecer, aquilo que eu pensava ser um debate, com o seu avalisado comentário.
Infelizmente, não me recordei dos debates inglórios que tenho tido sobre o tema que, temos de reconhecer, nunca foi pacífico. ( Em abono da verdade, deve-se dizer que o tema só não é pacífico quando uma das partes não quer basear os seus argumentos em factos reconhecidos e comprovados ).
Mas Canojones, um homem avisado, culto e inteligente, amante fervoroso do Brasil, onde tem passado uma boa parte da sua vida, veio acordar-me do sonho em que, de quando em vez, me deixo mergulhar.
Com o texto que se segue, pragmático, incisivo e apoiado em factos, Canojones vem pôr um primoroso ponto final na discussão.

“Tenho lido os artigos, mas decidi que "não dou mais para esse peditório".
Tenho-me chateado já com várias pessoas, inclusive algumas delas integrantes de grupos que vêm a Portugal, o último dos quais foi um de 23 brasileiros que estive a ciceronear durante 10 dias e que regressaram a Brasília no passado dia 2.
Apesar de eu ser um lutador pela divulgação da Verdadeira história do Brasil - que os brasileiros, na sua grande maioria desconhecem -, concluí que não vale a pena chover no molhado.
O que lá vigora é fruto do ensinamento assente em curriculuns escolares deliberadamente distorcidos e divulgados, até à exaustão, pelos meios de comunicação social brasileiros, na sua totalidade nas mãos de grandes fortunas e orientados por gente que pretende justificar que o atraso sistémico do Brasil é decorrente de ter sido Colónia portuguesa e não da verdadeira razão, isto é, que os detentores do poder efetivo atual são os descendentes e continuadores de quem recebeu os comandos do país após a independência, sistema esse que permanece inalterado até aos dias de hoje.
Quando ouço no Brasil alguém portador de apelidos tipicamente portugueses dizer que "fomos colonizados pelos portugueses ..." pergunto-lhe logo: "Você descende de índios?". Como a resposta é sempre "não, sou descendente de portugueses", eu acrescento: "então você é o continuador da colonização e não de colonizado, porque os seus ascendentes foram colonos". Ficam a olhar para mim com um sorriso amarelo, mas depois acabam por me dar razão, perante argumentos que não conseguem arranjar.
Em Fevereiro estive em Brasília. Fui ao Museu do Índio, entre outras visitas que fiz. À porta, a dar as boasvindas, estava um índio. Percebendo que eu era português, "disparou" logo: "vocês, portugueses, mataram muitos índios!" Então eu disse-lhe: "Você conhece muito mal a História do seu país. Você sabe que, durante a Guerra do Paraguai, que durou cerca de 5 anos e meio, o Império do Brasil matou mais índios do que em todos os séculos em que eles foram maltratados pelos jesuítas? Sabe que a língua guarani foi banida nessa altura, pois todo o índio que falasse guarani era imediatamente abatido, quer fosse brasileiro quer paraguaio?" Claro que ele nada disto sabia nem a maioria do povo brasileiro sabe. Aquele "cumprimento" que aquela pobre alma me deu logo à entrada foi o seu habitual bom-dia aos visitantes.


Portanto, meu caro, não perco mais tempo com essas coisas."


terça-feira, 13 de julho de 2010

-" Comentários ao texto «Pseudopotência»

Foram feitos vários comentários ao texto “Pseudopotência”, publicado ontem, por Júlio Teixeira, neste blogue, uns diretamente no blogue outros via “e-mail”. A natureza dos comentários obriga-me a prestar alguns esclarecimentos, visto ter chegado à conclusão que alguns leitores ignoram a filosofia que está subjacente à existência do blogue “Rosa-dos-Ventos”.

.1 – Os colaboradores credenciados e autorizados podem publicar o que quiserem, desde que respeitem as regras em vigor numa sociedade civilizada.
.2– Como administrador do blogue, não posso negar qualquer publicação, quer concorde com ela ou não, visto serem essas as regras estabelecidas.
.3 – Tendo eu vivido no Brasil e conhecendo-o, e ao seu povo, como conheço, e amando-o como amo, não admito que me tratem como estrangeiro quando expresso opiniões criticando o que acho que está errado e em defesa dos mais desfavorecidos.
.4 – Os brasileiros, principalmente os que nunca saíram do Brasil, teem uma noção errada do que “os portugueses e os do mundo antigo pensam do Brasil”. Os portugueses, na sua grande maioria, amam e admiram o Brasil. Os que não o fazem, agem motivados pelo comportamento dos brasileiros que, nos últimos anos, teem demandado Portugal.
.5– Num comentário houve alguém que disse: “mas não tratem do meu país ou do meu povo como se não tivessem valor algum.”
Neste blogue algumas vez isso foi feito ? Desafio quem quer que seja a prová-lo.
.6– Outro comentário diz que “ sei das mazelas mas são minhas”! … Suas ?!... E os outros brasileiros, os de nacionalidade e os de coração, não se podem expressar ? ! …
.7– Mais adiante diz: “Jamais você me verá escrevendo sobre mazelas portuguesas - porque não são minhas. Não as sinto.” Lamento imenso que assim seja, porque qualquer atuação teria muito mais força se fosse apoiada dos dois lados do Atlântico. Pode crer que os portugueses saberiam aceitar uma crítica que viesse dos seus irmãos brasileiros, até porque estes teem todo o direito que lhes é concedido pela história e pelo ADN..
8– Para finalizar, o autor do comentário diz o seguinte:“As relações entre o colonizado e o colonizador são complicadas não?” Não, eu não acho ! … Acho que há quem por desconhecimento as queira complicar, isso sim ! Mas acredito que apesar de todas as más-vontades e, principalmente, de toda a ignorância que rodeia as relações entre Portugal e o
Brasil, um dia os mitos hão-de ser abolidos e a verdade há-de vir ao de cima.


domingo, 11 de julho de 2010

-" Pseudopotência "

Esta é a face real do Brasil sem pó na cara nem falácias molusculares.


PSEUDOPOTÊNCIA

Luiz Eduardo Rocha Paiva
General-de-Brigada, professor emérito e ex-comandante da
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército;
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.


“Entre outros males, estar desarmado significa ser desprezível” (“o
Príncipe” – Maquiavel)

O desfecho da iniciativa diplomática brasileira no Oriente Médio demonstrou os limites do poder de um país cuja ação na cena internacional só é relevante nos temas da área econômica.
Essa limitação revela uma fraqueza que será ainda mais evidente quando entrarem em choque interesses nacionais e os dos países que efetivamente conduzem os destinos do mundo, em função da projeção desses últimos, seja em nosso entorno estratégico, seja diretamente sobre o nosso patrimônio.

Somos uma potência com pés de barro, cuja expressão mundial depende principalmente da exportação de commodities com baixo valor agregado, da prestação de serviços por algumas empresas e instituições e do atrativo mercado interno. Relevância econômica, mas não militar. Há um desequilíbrio interno fruto da indigência bélica; da debilidade nas áreas de educação, indústrias de valor estratégico, ciência, tecnologia e inovação; da crise de valores morais; e da falta de civismo. Desse quadro, emergem graves vulnerabilidades para enfrentar os conflitos que se avizinham.

O mundo ficou pequeno e a América do Sul (AS) é um dos principais palcos de projeção da China, a ser seguida da Índia e da Rússia. O Brasil terá sua liderança regional ameaçada não só por esses novos competidores, pois os EUA intensificarão a presença na AS, a fim de não perder espaços estratégicos para poderosos rivais arrivistas.
A China passa a ser diretamente interessada na exploração dos recursos da AS – agrícolas, minerais, hídricos, e outros – incluindo, logicamente, os da Amazônia. Será menos arriscado China, Rússia e Índia unirem-se aos EUA e UE para impor limites à soberania na Amazônia e em outras regiões, visando condições vantajosas no aproveitamento de seus recursos, do que entrarem em conflito entre si.
Atrás da projeção político-econômica virá a militar, inicialmente pela cooperação, evoluindo para dissuasão e, possivelmente, para o emprego direto quando os interesses se tornarem importantes ou vitais. O Brasil e os vizinhos são os atores mais fracos e é desse lado que a corda arrebenta.
A história é uma sábia mestra e a da China no século XIX, fatiada em sua soberania e patrimônio e vilipendiada pelas potências da época, mostra o que pode acontecer aqui, pois a China era, então, a nova fronteira como hoje é a AS. Os “impérios” de ontem são as mesmas potências de hoje, com algumas novas presenças como a da Índia.

A perda do Acre pela Bolívia em 1903 é um alerta ao Brasil por sua política irresponsável na Amazônia, pois as semelhanças entre o evento do passado e o presente amazônico são preocupantes, particularmente no tocante às terras indígenas (TI). A Bolívia no Acre, por dificuldade, e o Brasil na Amazônia, por omissão, exemplificam vazios de poder pela fraca presença do Estado e de população nacional em regiões ricas e cobiçadas. O Acre, vazio de bolivianos, era povoado por seringalistas e seringueiros brasileiros, respectivamente líderes e liderados, sem nenhuma ligação afetiva com a Bolívia.
No Brasil, ONGs internacionais lideram os indígenas e procuram conscientizá-los de serem povos e nações não brasileiras, no que contam com o apoio da comunidade mundial. Portanto, enquanto no século XIX uma crescente população brasileira estava segregada na Bolívia, hoje o mesmo acontece com a crescente população indígena do Brasil, ambas sob lideranças sem nenhum compromisso com os países hospedeiros e sim com atores externos. Ao delegarem autoridade e responsabilidades a ONGs ligadas a nações e atores alienígenas, os governos brasileiros autolimitaram sua soberania como fez a Bolívia ao arrendar o Acre ao Bolivian Syndicate.
Décadas de erros estratégicos enfraqueceram a soberania boliviana no Acre, direito não consumado, pois aqueles brasileiros revoltaram-se e o separaram da Bolívia, que aceitou vendê-lo ao Brasil.

A Amazônia brasileira nos pertence por direito, mas só a ocupação e integração farão a posse efetiva. Em poucas décadas, haverá grandes populações indígenas desnacionalizadas e segregadas, ocupando imensas terras e dispostas a requerer autonomia com base na Declaração de Direitos dos Povos Indígenas, aprovada na ONU com apoio do Brasil. Se não atendidas, evocarão a Resolução que instituiu, em 2005, a Responsabilidade de Proteger, nome novo do antigo Dever de Ingerência.
Hoje, há uma forte pressão para transformar TIs em territórios administrados por índios, inclusive com polícia indígena, iniciativa que reúne atores externos e internos, estes uma quinta coluna cuja atuação atende a objetivos alienígenas. Um sem-número de TIs, com maior autonomia que os estados da Federação, comprometerão a governabilidade e a integridade territorial num país que, muitos não percebem, ainda está em formação, pois não foi totalmente integrado.

Não é que a história se repita, mas situações semelhantes em momentos distintos costumam ter desfechos parecidos, para o bem ou para o mal, se as decisões estratégicas adotadas forem similares. Do militar e do diplomata espera-se percepção estratégica capaz de identificar possíveis ameaças, embora longínquas no tempo, antes que se tornem prováveis, pois aí será tarde demais. Cabe a eles, também, a coragem de assessorar o Estado com franqueza, defendendo o interesse nacional mesmo com o risco de afrontar políticas imediatistas de governos de ocasião, que comprometam interesses vitais da Nação. Política exterior é diplomacia e defesa, e nenhuma das duas se improvisa.

No início dos anos 1990, quem alertou para a ameaça à soberania, quando a criação da reserva ianomâmi iniciou o processo de balcanização da Amazônia, foi considerado um visionário. Governos sem visão prospectiva e aptidão para avaliar riscos desprezaram a ameaça e fizeram o jogo das grandes potências, aceitando imposições que vêm criando paulatinamente, por meio de uma exitosa estratégia de ações sucessivas, as condições objetivas para a perda de soberania. Por importantes que sejam outras ameaças internacionais, esta é a mais grave. O resultado será desonroso para o país se sua liderança continuar adotando decisões utópico-internacionalistas-entreguistas, calcadas num discurso politicamente correto, mas moralmente covarde, pois não confessa que se troca soberania por interesses imediatistas ou ideológicos apátridas, camuflados sob bandeiras como a defesa dos direitos de minorias e a preservação do meio ambiente.

Assim, não se trata apenas de fraqueza militar, mas também da ausência de lideranças competentes e de estadistas que tracem políticas e estratégias capazes de limitar ou neutralizar vulnerabilidades. Ao contrário, vêm tomando decisões desastrosas, cujo resultado será a contestação e limitação de nossa soberania na Amazônia, pela via indireta, que dispensará ou reduzirá significativamente a necessidade de emprego do poder militar. Eis o resultado de não ocupar, não povoar, não desenvolver, não defender e não preservar a Amazônia, bem como de segregar ao invés de integrar o indígena aos seus irmãos brasileiros.

É lamentável a sociedade esclarecida, seus representantes e lideranças, em setores decisórios do Estado e em muitas de suas instituições, aceitarem passivamente ou reagirem timidamente à mutilação do país, avalizada por sucessivos governos. Convém ressaltar que esse cenário foi construído, desde o início dos anos 1990, a partir da ascensão ao poder da esquerda, cujos discursos demagógicos e ilusórios de defesa dos bens materiais da Nação, do meio ambiente e dos direitos humanos, de revisão da história e de mudança de valores escondem o propósito real de viabilizar a estratégia gramcista de tomada do poder, pela desagregação da sociedade nacional e o esfacelamento do Estado. É uma esquerda pseudonacionalista – internacionalista de fato – e pseudopatriota – populista de fato, que despreza a história, os feitos, as tradições e os verdadeiros heróis nacionais. Não ama a Nação, mas sim sua ideologia, e não tem uma Pátria, mas sim um partido.

Para merecer e manter um patrimônio imensamente rico como o brasileiro, onde se inclui a nossa Amazônia, é preciso não um pseudonacionalismo de bravatas, demagógico e xenófobo, mas um patriotismo real e sincero, respaldado numa vontade nacional firme, altiva e corajosa para assumir os riscos dos conflitos que virão e, ainda, lideranças legítimas, confiáveis e efetivamente comprometidas com a Nação. Sem tais atributos, países, ainda que sejam fortes e ricos, não passam de pseudopotências.

sábado, 10 de julho de 2010

-" Júlio Teixeira disse ... "

O texto que se segue é o comentário que o nosso amigo Júlio Teixeira, do Brasil, colocou no texto " O Brasil é um ótimo país ", publicado há dias neste blogue. A intenção ao trazer o comentário para a página principal , não é minimizar ninguém, mas sim dar destaque a algumas frases que nos arrancam uma boa gargalhada e que nos fazem pensar na razão pela qual alguns pretendem que exista o, ridiculamente chamado, " português do Brasil ".

Eis o comentário:

"Este país moderno e fabuloso da era Lula tem ótimas noticias inclusive na língua...
Uma fantástica coletânea dos eleitores do molusco!!!

PÉROLAS DO ÚLTIMO ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO.

'O sero mano tem uma missão....'
(A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)
'O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas..'
(Levei uns minutos para identificar o El Niño...)
'O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!'
(Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)
'Enquanto isso os Zoutros... tudo baixo nive...'
(Seja sempre você mesmo!!)
'A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região.'
(E além de tudo, viajam pra caramba, hein?)
'O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente.'
(Entendeu ....?)
'Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.'
(Faz sentido)
'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes' .
(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)
'É um problema de muita gravidez.'
(Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)
'A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.'
(Sem comentários)
'Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia' .
(Que pena. Também ursos e elefantes sumiram de lá)
'A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando'.
(Foi trazida nas caravelas, certo ?)
'O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.' .
(Não conte comigo!)
'Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil' .
(Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras)
'Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais uns aos outros'.
(Com algumas diferenças básicas!!)
"... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas.'
(Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!)
'... provocando assim a desolamento de grandes expecies raras.'
(Vocês não sabiam que os animais têm depressão?)
'Nesta terra ensi plantando tudo dá.'
(Isto deve ser o português arcaico que Caminha escrevia....)
'Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.'
(Meu Deus... Haja pára-raio!)
'Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.'
(Quem teria sido o fabricante? Compaq ? Apple? IBM?)
'Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..'
(Caraca! Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito 'Ordem e Progresso'.)
'Ultimamente não se fala em outro assunto anonser sobre os araras azuls que ficam sob voando as matas.'
(Talvez por terem complexo de urubus!)
... são formados pelas bacias esferográficas.'
(Imaginem as bacias da BIC.)
'Eu concordo em gênero e número igual.'
(Eu discordo!)
'Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.'
(Putz, que isso?)
'O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as seringas.'
(Esse deve ter tomado uma na veia)
'A concentização é um fato esperansoso para todo território mundial..'
(Haja coração!)
'Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos.'
(Que maravilha!) "

9/7/10

sexta-feira, 9 de julho de 2010

-" O Brasil é um ótimo país "

Comentários de uma holandesa sobre o Brasil

Circula na internet um texto com o título acima mencionado que foi publicado no blogue CMI Brasil. O texto é, manifestamente, tendencioso, roçando o fanatismo e um nacionalismo quase infantil, que logo mereceu, da parte de alguns brasileiros mais esclarecidos, comentários desfavoráveis ( como se pode ver mais adiante ).
Além disso, demonstra uma enorme ignorância sobre o que é a Europa. Ao seu autor deveria ser ensinado que a Europa não é só a Holanda de costumes duvidosos e a Inglaterra que come peixe embrulhado em papel de jornal, mas que existem outros países, com outros costumes !
Existe, por exemplo, Portugal, onde nada do que se afirma no texto se aplica.
Senão, vejamos ! . . .
Quanto ao facto de na Holanda os resultados das eleições demorarem “horrores” e de haver uma única operadora de telefones, pode-se contrapor que, em Portugal, o processo eleitoral está todo informatizado sendo os resultados divulgados 4 a 5 horas depois do encerramento das urnas e que existem várias operadoras de redes de comunicações, tanto fixas como móveis.
Outra afirmação disparatada é a de que nos EUA e na Europa ninguém tem o hábito de enrolar a sanduíche em um guardanapo ou de lavar as mãos antes de comer.
Em Portugal, se se pega na sanduíche sem guardanapo é porque se tem as mãos limpas, porque existe o hábito de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, pegam no pão com a mão embrulhada num saco de plástico e a carne não é para comer crua.
“Se pedir mesa de não-fumante, o garçom se ri na sua cara porque não existe” : outra afirmação digna de dó porque, em Portugal, é proibido fumar em locais públicos, a não ser que tenham instalação adequada para fumadores.

Como se pode ver, o autor não foi feliz nas intrujices que quis inpingir aos seus leitores, mas conseguiu ultrapassar a sua ignorância com a estupidez e tacanhice da seguinte afirmação:
“Vocês têm uma língua que apesar de não se parecer nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto as empresas de software lhe chamam português do Brasil, porque não conseguem se comunicar com os usuários brasileiros através da língua portuguesa”

Que é que ele pretende com isto ? Disfarçar a sua ignorância num falso nacionalismo ?
É verdade que muitos fabricantes fazem isso, não porque o desejem mas porque nacionalismos serôdios e ignorantes o impõem, sem se aperceberem do ridículo da situação. E ele é tal, que a minha impressora em “português do Brasil” diz-me que “a impressão começou” e em “português de Portugal” diz-me que “a impressão foi iniciada”. Bonito, não é ? ! . . . Infelizmente há quem não tenha noção do ridículo ! …

Mas, como disse acima, já houve mais quem criticasse. Dos comentários no blogue CMI Brasil destaco os que seguem:

Falsa holandesa, falsos dados, falso nacionalismo
Kodai 15/03/2005 19:18
jakmatador@yahoo.com.br
Esse texto não assinado, fornece dados muito vagos...
"uma holandesa"...Que holandesa? Quando? Onde podemos verificar esse depoiemnto? O que ela entende de Brasil pra falar?

Antropos Consulting? Quem ouviu falar disso?
97% das crianças em escolas? Não vemos isso nos sinais..Além do mais escolas sem reprovação que dão diploma na oitava série para semi-analfabetos.

E muitas outras besteiras do texto pseudo-nacionalista, de quem acha que amar o Brasil é tapar o sol com a peneira e fazer ufanismos, como fazia a ditadura militar e suas musiquinhas de Dom e Ravel.

"Eu te amo meu Brasil..."

A falsidade do texto é fácil se verificar pesquisando no google, que se trata apenas de mais um SPAM. Tanto que existem versões diferentes do texto.

Estas questões demonstram as assimetrias existentes no espaço da Lusofonia. Para as eliminar foi criada a CPLP que é a grande responsável por elas ainda existirem.
Para terminar um pensamento que me parece bem adequado a este caso :
" Quem não sabe o que é, não é ninguém ! ..."





domingo, 4 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

-" Telefonica versus PT "

A HISTÓRIA REPETE-SE

Portugal está, novamente, em “pé-de-guerra”, para se defender dos ataques que os espanhóis lhe estão a mover no Brasil.
A “guerra” que a empresa espanhola Telefonica está a mover à portuguesa PT pelo controle da brasileira “Vivo”, não surpreende quem conhece os espanhóis. Quando a PT se aliou à Telefónica para criar uma rede móvel no Brasil, logo ficou patente que tal casamento não iria durar muito.
Enquanto a tecnologia da PT foi útil para a Telefónica se instalar no mercado de redes móveis no Brasil, tudo correu muito bem. Depois da Vivo instalada, a Telefónica lembrou-se de que seria interessante juntar à sua rede fixa brasileira uma rede móvel. Então, à boa maneira espanhola, há que tratar de espetar o punhal nas costas do parceiro: lança-se uma OPA hostil e oferece-se aos acionista uma montanha de Euros.
Só que os espanhóis esqueceram-se de que não é só o adúltero capital que conta e o punhal encontrou um osso no seu caminho.
A Telefónica sabia que para comprar os acionista bastaria encontrar o valor correto e acreditava que o Governo português não iria invocar a “golden share”por ser uma medida reprovada por Bruxelas. Porém, esqueceu-se de que os portugueses, que ao longo dos séculos sempre souberam encontrar maneira de frenar a gula espanhola, desta vez também o poderiam fazer.
Foi o que aconteceu, mas não apelando à “golden share” mas sim ao Código Comercial Português que, segundo a opinião de larga maioria, a EU não pode contestar.

À margem desta polémica (ou talvez não), o Presidente Lula afirmou, há dias, com brilhante clarividência, e conforme seria de esperar dum responsável e honesto membro da CPLP, que o Brasil gostaria de ver ampliada a contribuição dos portugueses no desenvolvimento das telecomunicações móveis no Brasil.
Para um observador atento, esta afirmação do presidente Lula só pode representar um aceno no sentido da PT se aliar à OI, de capital, maioritariamente, brasileiro, o que seria a solução ideal, tanto para Portugal como para o Brasil.

Esperemos que o pecado da gula seja castigado e que os esforços que brasileiros e portugueses sempre desenvolveram para manter as suas coisas em família sejam premiados.