Países dos leitores

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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

"PESTE NEGRA e COVID-19"

 

                                                                                     Máscara protetora do Séc.XIV

Em 1347 a cidade portuária de Kaffa, na Crimeia, estava cercada por tropas mongóis que transportavam consigo uma epidemia a que, mais tarde, se chamou "peste negra" ou "peste bubónica" e que causou imensas vítimas entre os sitiantes. Não demorou que os mongóis descobrissem que uma maneira de conquistar a cidade seria infetar os seus habitantes com a mesma doença que os dizimava. Começaram, então, a catapultar para a cidade os cadáveres infetados que provocaram o pânico e o abandono da cidade pela maioria dos seu habitantes.
Entre os fugitivos encontravam-se comerciantes genoveses que ao regressarem à sua cidade introduziram a peste na Itália. No início de janeiro de 1348, a peste já estava em Pisa e Veneza e, no fim desse mês, já se encontrava em Marselha. Continuou pelo resto da França, chegou a Espanha e, a seguir, a Portugal e Inglaterra. Continuou pela Europa fora e em 1349 já estava na Noruega e em 1351 na Rússia.
Nas suas três vagas, estima-se que tenha provocado a morte a cerca de 200 milhões em todo o mundo e, na Europa, a 60% da população.
A bactéria YERSIN PESTIS responsável por mais dois tipos de peste, continuou a manifestar-se ao longo dos séculos, em mais ou menos territórios, com mais ou menos vítimas, e não está erradicada. Poderá estar cansada da sua atividade de 600 anos e, talvez por isso, apressou-se a encontrar um substituto no vírus SARS-COV-2, representado pelo COVID-19.
Os sintomas são semelhantes, as medidas preventivas também, e só espero que o número de vítimas e as consequências económicas e sociais não sejam iguais.  

Já dizia Confúcio: "se queres prever o futuro, estuda o passado".