Soube, há dias, por um diretor hospitalar, que um dos grandes problemas que tem é o abandono, pelas famílias, dos idosos a quem é dada alta após internamento hospitalar.
Algumas famílias negam-se a recebê-los e têm o descaramento de afirmar “a Segurança Social que resolva”.
Este fenómeno está a ser cada vez mais comum no Ocidente e é uma vergonha para o mundo civilizado.
Não quero entrar em análise das causas, que até podem ser muito bem fundamentadas mas que nada justificam. Preocupa-me, sim, essas atitudes serem animalescas e muito semelhantes às que eram tomadas nos primórdios da era da humanidade.
E quero levantar aqui uma questão jurídica que é fundamental:
se é crime abandonar um ser humano no início da sua vida, por que é que não é crime abandoná-lo no fim dela ?! …
se é crime abandonar um ser humano no início da sua vida, por que é que não é crime abandoná-lo no fim dela ?! …
Deixo esta questão aos políticos, governantes, deputados e outros responsáveis que exercem os seus cargos não a pensar governarem-se mas a pensar no bem comum, para encontrarem um processo de punir criminalmente quem cometa tais crimes de “lesa humanidade”.
É claro que, na generalidade, eles não devem estar muito preocupados com isso, porque com as variadas pensões de reforma que recebem não virão a ter problemas destes.
A.Norton
O problema dos idosos é grave,o seu abandono em hospitais já é antigo e cada vez em maior numero.
ResponderEliminarTem várias causas que deviam ser analisadas e punidas.
Há familias que abandonam para simplesmente ficarem com a pensão,há outras que abandonam porque não estão para aturar velhos,é assim que dizem,esquecem que um dia vão chegar lá.
Há familias que são tão pobres e por isso não tem condições de os ter,tem de trabalhar,vivem em casas muito pequenas,um idoso precisa de muito mais cuidados que um bébé.Cada caso é um caso,não se deve condenar logo á partida sem saber o porquê da situação,de qualquer forma o abandono não tem razão de ser.
A Segurança Social tem obrigação de criar organismos que analizem,penalizem e encaminhem até á resolução da situação dos idosos,de preferencia sem burocracias para que possa ser de rapida solução.
Abraço
São os falsos valores do mundo ocidental moderno.
ResponderEliminarE fico pensando de modo egoísta no meu caso : não pude ver minha mãe envelhecer, ela se foi muito cedo.
Fui boa com meu pai.
Mas - se tiver condição, vou sim prá uma casa de idosos com meus próprios meios, porque também assisto filhos que assumem os pais conforme o dever do amor sugere , sofrerem horrores com a tirania dos idosos - que é apenas um lado do assunto.
Isto não acontece com os orientais ou com as comunidades indígenas ou ditas primitivas, onde a voz do idoso é ouvida mas onde o idoso também é acolhedor.
Questão dos valores mesmo.
Ana!
ResponderEliminarEu sei que cada caso é um caso e que não se pode generalizar. Mesmo no caso das famílias que não têm meios, eu pergunto-me como resolviam
elas o problema antigamente quando as condições eram muito mais difíceis.E hoje,existe a assistência
domiciliária, que funciona muito bem e é uma excelente forma de prestar assistência aos idosos.
O que me impressiona é o facto de os familiares nem sequer comparecerem quando a Assistência Social os convoca para ver o que se pode fazer a favor do idoso.
Eu não falo de cátedra porque cuidei dos meus pais durante 4 anos e posso dizer-lhe que apesar de a minha situação financeira ser boa eu poderia ter tido sérias dificuldades, mas mesmo assim eu não iria desistir. Hoje não há desculpa.
Um abraço, minha amiga! É sempre um prazer trocar ideias consigo.
Se não voltarmos a contactar desejo-lhe um Natal muito feliz.
Receba um fraterno cumprimento interáutico com consideração e admiração.
Amiga Bárbara!
ResponderEliminarConcordo contigo que isto são os valores morais de uma sociedade apodrecida. Não creio que todos os idosos preferissem acabar num hotel de 5 estrelas em vez de no meio da família. No entanto, tenho de concordar que hoje isso é cada vez mais difícil. Compete à sociedade criar estruturas para facilitar o fim da vida daqueles que foram durante anos a sua espinha dorsal. Se a humanidade não souber dar continuidade à sua vida em bloco destruir-se-á de uma forma muito mais rápida do que a Natureza o conseguiria.
Quanto às comunidades orientais e às indígenas sul-americanas e africanas são, sem dúvida, um exemplo mas que não irá durar muito tempo. Tenho imensa pena que essas estruturas sociais também venham a desaparecer.
Conheço bem a africana onde o membro mais válida da sociedade é designado por "o mais velho", independentemente da sua idade. É a prova do respeito que a velhice inspira nessas sociedades.
Neste aspeto seria bom se andassemos para trás.
Desejo-te um Bom Natal e, se for caso disso,dá um bom mergulho na Praia da Barra no Posto 7, que ainda
se deve lembrar de mim.
Recebe um abraço cheio de apreço e carinho e com os melhores votos de felicidade.