Países dos leitores

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sábado, 18 de dezembro de 2010

-" Abandonar os "Mais Velhos ".

Soube, há dias, por um diretor hospitalar, que um dos grandes problemas que tem é o abandono, pelas famílias, dos idosos a quem é dada alta após internamento hospitalar.
Algumas famílias negam-se a recebê-los e têm o descaramento de afirmar “a Segurança Social que resolva”.
Este fenómeno está a ser cada vez mais comum no Ocidente e é uma vergonha para o mundo civilizado.
Não quero entrar em análise das causas, que até podem ser muito bem fundamentadas mas que nada justificam. Preocupa-me, sim, essas atitudes serem animalescas e muito semelhantes às que eram tomadas nos primórdios da era da humanidade.
E quero levantar aqui uma questão jurídica que é fundamental:

se é crime abandonar um ser humano no início da sua vida, por que é que não é crime abandoná-lo no fim dela ?! …

Deixo esta questão aos políticos, governantes, deputados e outros responsáveis que exercem os seus cargos não a pensar governarem-se mas a pensar no bem comum, para encontrarem um processo de punir criminalmente quem cometa tais crimes de “lesa humanidade”.

É claro que, na generalidade, eles não devem estar muito preocupados com isso, porque com as variadas pensões de reforma que recebem não virão a ter problemas destes.

A.Norton

4 comentários:

  1. O problema dos idosos é grave,o seu abandono em hospitais já é antigo e cada vez em maior numero.
    Tem várias causas que deviam ser analisadas e punidas.
    Há familias que abandonam para simplesmente ficarem com a pensão,há outras que abandonam porque não estão para aturar velhos,é assim que dizem,esquecem que um dia vão chegar lá.
    Há familias que são tão pobres e por isso não tem condições de os ter,tem de trabalhar,vivem em casas muito pequenas,um idoso precisa de muito mais cuidados que um bébé.Cada caso é um caso,não se deve condenar logo á partida sem saber o porquê da situação,de qualquer forma o abandono não tem razão de ser.

    A Segurança Social tem obrigação de criar organismos que analizem,penalizem e encaminhem até á resolução da situação dos idosos,de preferencia sem burocracias para que possa ser de rapida solução.


    Abraço

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  2. São os falsos valores do mundo ocidental moderno.
    E fico pensando de modo egoísta no meu caso : não pude ver minha mãe envelhecer, ela se foi muito cedo.
    Fui boa com meu pai.
    Mas - se tiver condição, vou sim prá uma casa de idosos com meus próprios meios, porque também assisto filhos que assumem os pais conforme o dever do amor sugere , sofrerem horrores com a tirania dos idosos - que é apenas um lado do assunto.
    Isto não acontece com os orientais ou com as comunidades indígenas ou ditas primitivas, onde a voz do idoso é ouvida mas onde o idoso também é acolhedor.
    Questão dos valores mesmo.

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  3. Ana!
    Eu sei que cada caso é um caso e que não se pode generalizar. Mesmo no caso das famílias que não têm meios, eu pergunto-me como resolviam
    elas o problema antigamente quando as condições eram muito mais difíceis.E hoje,existe a assistência
    domiciliária, que funciona muito bem e é uma excelente forma de prestar assistência aos idosos.
    O que me impressiona é o facto de os familiares nem sequer comparecerem quando a Assistência Social os convoca para ver o que se pode fazer a favor do idoso.
    Eu não falo de cátedra porque cuidei dos meus pais durante 4 anos e posso dizer-lhe que apesar de a minha situação financeira ser boa eu poderia ter tido sérias dificuldades, mas mesmo assim eu não iria desistir. Hoje não há desculpa.
    Um abraço, minha amiga! É sempre um prazer trocar ideias consigo.
    Se não voltarmos a contactar desejo-lhe um Natal muito feliz.
    Receba um fraterno cumprimento interáutico com consideração e admiração.

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  4. Amiga Bárbara!
    Concordo contigo que isto são os valores morais de uma sociedade apodrecida. Não creio que todos os idosos preferissem acabar num hotel de 5 estrelas em vez de no meio da família. No entanto, tenho de concordar que hoje isso é cada vez mais difícil. Compete à sociedade criar estruturas para facilitar o fim da vida daqueles que foram durante anos a sua espinha dorsal. Se a humanidade não souber dar continuidade à sua vida em bloco destruir-se-á de uma forma muito mais rápida do que a Natureza o conseguiria.
    Quanto às comunidades orientais e às indígenas sul-americanas e africanas são, sem dúvida, um exemplo mas que não irá durar muito tempo. Tenho imensa pena que essas estruturas sociais também venham a desaparecer.
    Conheço bem a africana onde o membro mais válida da sociedade é designado por "o mais velho", independentemente da sua idade. É a prova do respeito que a velhice inspira nessas sociedades.
    Neste aspeto seria bom se andassemos para trás.
    Desejo-te um Bom Natal e, se for caso disso,dá um bom mergulho na Praia da Barra no Posto 7, que ainda
    se deve lembrar de mim.
    Recebe um abraço cheio de apreço e carinho e com os melhores votos de felicidade.

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