Faz hoje 20 anos que ocorreu o massacre no cemitério de Santa Cruz, em Díli, capital de Timor-Leste. No dia 12 de Novembro de 1991, o exército indonésio envergonhava a humanidade assassinando dezenas de pessoas inocentes.
Recordar, transcrevendo o relato dessa atrocidade cometida pelo exército da Indonésia contra um do redutos da Lusofonia no Extremo-Oriente, é o mínimo que nós, lusófonos, podemos fazer.
Recordar, transcrevendo o relato dessa atrocidade cometida pelo exército da Indonésia contra um do redutos da Lusofonia no Extremo-Oriente, é o mínimo que nós, lusófonos, podemos fazer.
“ À chegada às portas do cemitério...alguns dos manifestantes subiram para cima do muro, exibiram os cartazes aos jornalistas e depois ficaram ali todos , quase sem saber o que fazer.
...Um camião do exército apareceu ao fundo da rua...Do interior começaram a saltar soldados vestidos de verde e com tiras vermelhas no capacete.
... Do lado direito apareceram mais soldados, estes com uniformes castanho--escuros e com as M16 em posição de fogo.
... Começaram as rajadas cerradas. Os timorenses das primeiras filas tombaram logo ali, os outros voltaram as costas num pânico de fuga e começaram igualmente a cair.
...Os corpos rolavam na rua... As armas calaram-se ao fim de um bom bocado...
No ar ergeu-se o coro da multidão refugiada no cemitério, a rezar Avé Maria em português."
In: “A Ilha das Trevas” de José Rodrigues dos Santos
Ainda hoje, os timorenses continuam a aguardar que o Governo indonésio lhes indique os locais onde o exército indonésio sepultou os seus mortos. Os portugueses, bem como os timorenses, nunca se calarão, ato que deveria ser seguido por todos os países da CPLP .
Horrível, horrível...
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