Malaca foi a porta da Europa para o Oriente e um centro mercantil onde os portugueses criaram um importante entreposto comercial nos séculos XVI e XVII. Pelo estreito de Malaca cruzavam-se todas as rotas entre a Índia e o Sudeste Asiático.
Malaca ocupou um lugar de relevo na história ultramarina portuguesa a par de Goa e Ormuz desde a sua conquista em 1511 por Afonso Albuquerque. Foi um importante elo do Império em Rede português (um chokepoint, em linguagem moderna) de onde partiram várias expedições, entre elas a que chegou à ilha de Samatra, no arquipélago das Molucas, hoje Indonésia.Além da feitoria, os portugueses construiram uma fortaleza tão imponente que ficou conhecida como “A Famosa”, da qual ainda resta a porta (fotografia abaixo; fazer clique na foto para ampliar).
Malaca era uma cidade cobiçada e os holandeses (com o apoio dos, ao tempo, seus aliados ingleses) aproveitando o estado de guerra em que se encontravam com o rei de Espanha que, por azar, também era o rei de Portugal, conquistaram-na em 1641.
Os portugueses perderam Malaca mas deixaram lá uma herança tão forte que, apesar da presença holandesa e mais tarde inglesa, perdura até hoje.
No Bairro Português de Malaca os “Portugueses de Malaca” falam o Papiá Kristang, o dialecto nativo onde abundam palavras do “português antigo”. A comunidade teima em resistir ao esquecimento, debatendo-se pela conservação dos costumes, das tradições e das festas religiosas como San Juang e San Pedro. Porém, a preservação destas memórias está em vias de desaparecer. O pouco “do falar português” tem os dias contados. A geração mais nova limita-se a aceitar os apelidos de origem portuguesa mas não fala o português nem o Papiá Kristang. É com pesar que os mais velhos testemunham o diluir das histórias que os seus antepassados deixaram, assim como, o diluir de um idioma incapaz de resistir à supremacia da língua Inglesa.
Apesar de tudo, tem sido extraordinária a forma carinhosa como o Governo da Malásia tem tratado esta comunidade e a memória da presença dos portugueses, do qual pequenas provas são as fotos que se juntam.
( Réplica de Nau portuguesa onde se encontra instalado um museu recordando a presença dos portugueses )
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