Por: Arnaldo Norton
Marinha mercante, com maior ou menor significado, sempre existiu; mas a criação de uma Marinha de Guerra foi mérito dos portugueses.
Marinha mercante, com maior ou menor significado, sempre existiu; mas a criação de uma Marinha de Guerra foi mérito dos portugueses.
A Marinha de
Guerra portuguesa é tão antiga quanto a nacionalidade e é considerada a mais
antiga de todas as Forças Armadas do mundo, qualidade estabelecida por uma bula
papal. Ainda hoje, em desfiles navais, os navios portugueses vão à frente, como
reconhecimento da sua antiguidade.
A
primeira batalha da Marinha portuguesa de que há registo deu-se ao largo do
cabo Espichel, em 1180, tendo a esquadra portuguesa derrotado uma força
invasora muçulmana.
Em 1312, por decisão do rei D.Dinis,é criada a
Marinha Real e o cargo de Almirante-Mor.
O valor da Marinha de Guerra portuguesa está bem patente no Tratado de Windsor (1386),
no
qual o rei de Portugal se compromete a auxiliar militarmente o rei de
Inglaterra enviando,
anualmente, para aquele reino uma armada de dez galés
Quando
no final do século XIV se inicía a expansão portuguesa a Marinha irá desempenhar
o papel principal, explorando os mares e descobrindo novas terras.
Com a chegada à India e com o desmembramento da rota muçulmana/
veneziana das especiarias e consequente formação do monopólio português, a
Marinha de Guerra passa a ter um papel decisivo na proteção dos navios
mercantes e no combate às forças que se opunham ao domínio português atuando em
todos os Oceanos..
O volume do comércio com a Ásia, a África e a América,
fizeram com que Portugal tivesse necessidade de construir navios de maior
capacidade de carga e de maior força bélica. Com a introdução da artilharia
pesada a bordo dos navios a armada portuguesa adquiriu uma força inigualável.
No princípio do século XVI,
Portugal tinha os maiores navios jamais concebidos, contando já com 400 de alto
bordo, entre naus, galeões e caravelas. A Inglaterra tinha apenas 20 navios de
alto bordo e Espanha menos de 70, entrte galeões e naus.
A nau São Gabriel deslocava 300 tonéis, a Fror de la Mar 400
e, em apenas dez anos, o tamanho dos navios mais que duplicou, chegando a
atingir 1.000 tonéis como no caso do galeão Santa Catarina do Monte Sinai.
A nova tecnologia permitiu que naus e galeões, além de maior capacidade de carga, tivessem enorme poder bélico e pudessem transportar soldados. Nasceram, assim, os Fuzileiros Navais.
A nova tecnologia permitiu que naus e galeões, além de maior capacidade de carga, tivessem enorme poder bélico e pudessem transportar soldados. Nasceram, assim, os Fuzileiros Navais.
Como exemplos, posso referir:
a nau Fror de la
Mar que deslocava 400 tonéis, tinha 40 canhões
de bronze, com uma cadência de tiro de meio minuto e era uma autêntica
fortaleza flutuante com uma equipagem de
50 marinheiros e centena e meia de soldados equipados para a guerra;
e o galeão São João
Batista, conhecido pela alcunha de Botafogo, o mais poderoso navio de
guerra do mundo, topo de gama naquela época: 1.000 tonéis, 366 bocas de fogo de
bronze e um esporão assombroso que rompeu as correntes que protegiam a cidade
de Tunes, durante a batalha de Lepanto, na qual Portugal auxiliou as forças do imperador
Carlos V.
É esta gloriosa Marinha que tem o lema:”A Pátria honrai que a Pátria
vos comtempla”.
NRP Sagres o embelmático navio-escola da Marinha portugues
Excelente! A primeira marinha de guerra do mundo fala Português!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ verdade, meus amigos; temos uma Marinha de que nos podemos orgulhar !
ResponderEliminarO atual Navio-Escola Sagres foi construído na Alemanha em 1937 para funcionar como Escola de Cadetes da Armada Alemã e foi batizado com o nome de "Albert Leo Schlageter". Finda a II Guerra Mundial, os EUA receberam-no como despojo de guerra e entregaram-no ao Brasil (venda a preço simbólico) como compensação pelo esforço de guerra feito por aquele país pelo seu envio de um Corpo Expedicionário que atuou na Itália (Monte Castelo). Foi adquirido por Portugal à Marinha Brasileira em 1960, ficando em estaleiro português para adaptação/reparações até 1961, ano em que entrou ao serviço da nossa Armada, razão por que em 2011 comemorou meio século como Navio-Escola português.
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