Países dos leitores

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

O NASCIMENTO DAS LARANJAS-DOCES

 
Como vimos na crónica anterior, existem laranjas-amargas e laranjas-doces.

No mercado, só se encontram laranjas-doces, enquanto que as laranjas-amargas são   consideradas fruto medicinal, com imensas propriedades, em forma de compotas, geleias e óleos essenciais.

Na Antiguidade só se conhecia a laranja-amarga que se encontrava na China, na Ìndia e em Myanmar (antiga Birmânia). à qual davam o nome de "nareng" ou "narang". O termo chegou a Portugal, aparentemente, através da Pérsia e coverteu-se em "laranja" (laranja-amarga, entenda-se).

No Séc.V ou IV a.C. alguém teve a brilhante ideia de enxertar um galho de tangerineira numa toranjeira dando origem ao nascimento das "laranja-doces" às quais já se fazia referência na literatura chinesa no ano 314 a.C.

No Séc. XV os portugueses trouxeram a laranja-doce para a Europa e fizeram a sua primeira plantação.
Rapidamente a laranja se espalhou pela Europa ficando a ser chamada de "portuguesa" nos países dos Balcâs e na Pérsia. (ver www.rosadosventosan.blogspot.pt )

Na maioria das restantes línguas indo-europeias o seu nome foi alterado.

Em França, gostaram tanto dela que devido ao seu sabor e à sua cor a ligaram ao ouro; daí terem convertido "narang" em "orange".

Em Inglaterra, como a classe dominante era, quase na totalidade, de origem francesa desde que os normandos a conquistaram, deram à laranja o nome francês.

No Sul da Alemanha, por influência do francês, também lhe chamavam orange.

No Norte da Alemanha e Flandres ( parte da Bélgica e Holanda ) identificaram a laranja como fruto da China e deram-lhe o nome de "Apfelsine" ( maçã da China ). Igualmente, na Suécia "apelsin". na Noruega "appelsin" e na Rússia "apelsin" ( em idioma russo )

Na História de alguns países há episódios interessantes relacionados com as laranjas que iremos revelar em próximas crónicas.



sábado, 8 de janeiro de 2022

 

                         A  ORIGEM  DAS   LARANJAS  E   DO  SEU  NOME

 

 

Em 1498, Vasco da Gama informou que em Mombaça havia encontrado laranjas muito melhores do que as de Portugal ( A. Herculano: Roteiro da viagem de Vasco da Gama en MCCCCXCVII. Imprenta Nacional, Lisboa 1861. Citado em Ramón-Laca, 2003.)
Referia-se, lógicamente, às "laranjas doces" em comparação com as "laranjas amargas" que eram as que, à época, se conheciam na Europa e Médio Oriente.
A "laranja doce", que era aquela a que Vasco da Gama se referia, foi trazida da China para a Europa pelos portugueses no Séc.XV e a primeira plantação de laranjeiras foi feita em Portugal cerca do ano 1500.
 
Destaco a citação de Vasco da Gama para recordar que uma palavra nem sempre quer dizer a mesma coisa.
Isto, porque um cronista no prestigiado sítio Sapo, afirmou, há pouco, numa das suas crónicas, que a palavra "laranja" teria sido uma das palavras "emprestadas" pela língua persa. Se o autor quisesse ser mais preciso deveria acrescentar que, na Pérsia, o termo só era usava para designar as laranjas amargas, porque os persas quando conheceram as laranjas doces deram-lhe o nome de "portuguesas".

Esta singularidade não é exclusiva da Pérsia, porque o fruto a que nós chamamos laranja chama-se "portuguesas", não só na Pérsia mas, também, em todos os países dos Balcãs, Albânia, Bósnia-Herzegovina,  Bulgária,  Croácia,  Grécia, Macedónia,  Moldávia,  Roménia, Eslovénia, Sérvia e Montenegro e ainda na Turquia e na Itália, em alguns dos seus dialetos.
Em Francês, em Alemão, em Inglês e em Niederlandês, o nome da laranja foi alteradu, mas isso ficará para próximas crónicas.