Países dos leitores

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domingo, 30 de dezembro de 2018

-" Reflexão sobre a megalomania "


A megalomania, ou seja, a mania de grandeza seja de bens ou de poder, afeta tantas pessoas que não há forma de obter dados estatísticos.
A mania das grandezas pode ser benéfica se o afetado tiver bom senso mas, na maoria dos casos, é fatal e resulta na falência financeira e social.
Megalomania é um transtorno psicológico definido por delírios e fantasias de poder, relevância ou omnipotência e é caracterizada por uma exagerada auto-estima das pessoas nas suas crenças e/ou poderes".
Nesta época desenfreada de consumismo, seria bom para todos, principalmente para os mais chegados, que os afetados pela megalomania fossem capazes de fazer um exercício de humildade identificando as vítimas da sua maneira de ser. Seria algo muito louvável que faria com que todos tivessem um melhor Natal.

-" O facebook e os sabichões "


Nesta quadra em que a solidariedade vem ao de cima seria bom que todos fizessemos uma retrospetiva do nosso comportamento, quer no facebook quer no dia-a-dia.
Todos nós já encontramos um "sabichão" que sabe tudo melhor que todos e sempre pronto a "ensinar" até quem tem melhor formação.
A propósito disto, surgiram, ultimamente, duas coisas que, creio, será de grande interesse pensarmos bem nelas e perguntarmos a nós próprios de que modo elas nos atingem.
Uma delas, é um estudo há pouco realizado que revela que os "sabichões"têm falta de metacognição ou seja, são inconscientes da sua ignorância. Só por si, este estudo já nos faz pensar no papel ridículo que teremos feito se alguma vez assumimos o papel de "sabichões"! ...
A outra, é a afirmação do filósofo Bertrand Russel que nos diz que "um dos problemas do mundo é que os "sabichões" estão cheios de certezas e os inteligentes cheios de dúvidas".
Seria muito bom se refletissemos sobre isto, com humildade, nesta quadra natalícia !

sábado, 24 de novembro de 2018

-"Reconstituição da Destruição de Pompeia"

Uma das maiores atrações turisticas de Itália é o campo arqueológico das ruínas da cidade de Pompeia, destruída no ano 79 dC pela erupção do vulcão Vesúvio. Foi uma erupção invulgar sem lava que, no primeiro dia, libertou um gás superaquecido com enorme energia térmica e, no segundo, uma gigantesca coluna de magma e cinzas de 27 quilómetros que, ao abater-se sobre a cidade, a enterrou dando sepultura a cerca de 2.000 pessoas, seguida de uma chuva de pedras superaquecidas que acabou por danificar o que restava.
O museu de Melbourne fez um vídeo que tenta recriar a destruição de Pompeia que, embora não correspondendo à versão conhecida, não deixa de ser impressionante e que pode ser visto a seguir.



Pompeia permaneceu enterrada durante 1.600 anos até que, em 1748, foi encontrada.
Em 1860, começaram os trabalhos arqueológicos e durante as escavações iniciais foram observados certos vazios que continham restos humanos, concluindo-se que eram resultantes da cobertura de material vulcânico que envolveu os corpos dos mortos. À medida que o corpo e a roupa se iam deteriorando, um espaço vazio era deixado. Este espaço vazio representava a forma exata do cadáver na hora de sua morte. Então, o arqueólogo Fiorelli desenvolveu a técnica de injetar gesso nesses espaços para recriar as formas das vítimas da tragédia.




Foram feitos mais de 1.000 moldes que são, hoje, uma atração turística para mais de 2,5 milhões de pessoas por ano.

sábado, 13 de outubro de 2018

-"Comunidade Luso-Indiana"

Os portugueses estiveram na Índia durante quase cinco séculos ( 1498 a 1961 ), em 25 diferentes localidades por toda a península industânica. Ao longo desses cinco séculos, o intercâmbio físico, social e cultural foi tão forte que, dificilmente, se pode falar numa comunidade de luso-descendentes; não porque eles não existam, mas por se encontrarem dispersos pelo vasto território onde o portugueses se fixaram, bem como em Portugal e no estrangeiro.
A indiana talvez seja a maior comunidade de luso-descendentes embora não possa ser quantificada devido à sua dispersão.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

- "Angola na Comunidade "Portugee" ou "Melungeon".



A palavra "melungeon" será de origem angolana ? Será mais uma prova da origem portuguesa desta comunidade ?

Os membros daquela que pode ser a mais antiga comunidade de luso-descendentes desigam-se a si próprios "portugee" mas os restantes americanos dão-lhes o nome de "melungeons".




Alguns investigadores consideram que esta palavra é derivada da portuguesa "melungo" que, por sua vez, deriva da palavra "ma´luno", em quimbundo, que significa "companheiro" ou "amigo" e que foi adotada pelos marinheiros portugueses, de acordo com vários registos.

Há quem considere que o termo foi levado para a América pelos huguenotes que emigraram para a Virgínia em 1700, enquanto outros lhe atribuem, com forma perjorativa, origem inglesa ou turca.
São hipótese demasiado elaboradas sem qualquer fundamento científico.


Como resultado da investigação que fiz, é evidente que a hipótese de a palavra ter origem luso-angolana é a mais credível.

Arnaldo Santos Norton

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

-"A Primeira Comunidade de Luso-Descendentes"


 A Comunidade “portugee” pode ter sido criada pelos sobreviventes das caravelas de Gaspar e de Miguel Côrte-Real que teriam naufragado, em 1501, na costa da Terra Nova ou mais para Sul. Como percurso natural, penetraram nos Apalaches onde encontraram os índios cherokee, como prova a Pedra de Dighton, no Massachusetts, com as suas inscrições de 1511.

Esta minha hipotese contraria a que é apresentada pelo investigador Manuel Mira no seu livro (ver  https://rosadosventosan.blogspot.com/2018/09/mais-antiga-comunidade-de-luso.html


Ele parte do princípio que a comunidade dos” portugee” ou “melungeons”se formou com os portugueses que se fixaram, em 1567, na Florida e, mais tarde, se entranharam nas montanhas dos Apalches em busca de ouro.
É pouco provável que assim tenha sido visto o percurso da Florida a Massachusetts ser gigantesco e as inscrições na Pedra de Dighton terem sido feitas 56 anos antes.
(ver https://rosadosventosan.blogspot.com/search?q=Os+historiadores+renegados)


Desde 1452 que os portugueses, 40 anos antes de Colombo, navegavam ao longo do litoral do continente americano. Nesse ano, Diogo de Teive navegou próximo da Terra Nova, onde mais tarde, em 1474, João Vaz Corte-Real e Álvaro Martins Homem desembarcaram oficializando a sua descoberta. Consta que, em absoluto sigilo, em 1478 João do Estreito e Fernão Dulmoa chegaram à costa do que hoje é os Estados Unidos. Em 1491, Pedro de Barcelos e João Labrador exploraram a costa americana.
Em 1501, os irmãos Gaspar e Miguel Côrte-Real atingem, de novo, a Terra Nova (também conhecida como Terra dos Côrte-Real), onse se inicia a pesca do bacalhau.
No mesmo ano Gaspar Côrte-Real não regressa da sua nova viagem à Terra Nova, acontecendo o mesmo com seu irmão Miguel que o foi procurar.

Os "portugee" têm traços fisionómicos onde se identificam origens europeia, africana e índia.
A origem índia dispensa explicação, a europeia é explicada acima e a africana será, também, de membros das tripulações.




domingo, 23 de setembro de 2018

-“A mais antiga Comunidade de Luso-Descendentes ?...”

“Existe uma comunidade nos Estados Unidos que afirma ser de descendentes
dos náufragos de um navio português que afundou na época das Descobertas”.

Encontrei esta afirmação no decorrer
da investigação que fiz sobre as Comunidades de Luso-Descendentes num livro de Manuel Mira, um investigador há muito residente nos Estados Unidos, que faz revelações surpreendentes.
Segundo ele, existe uma comunidade em Sneedville, uma cidade nas montanhas Apalaches, que reclama a sua ascendência portuguesa e cujos membros se intitulam “portugee”. 


Teriam vindo para Sneedville no século XVII devido às precárias condições de vida no interior das Apalaches, onde viviam muito antes do domínio inglês. Na generalidade são denominados de “Melungeons” (melungos em português) devido aos traços fisionómicos onde se detetam origens europeia, africana e índia.
A única documentação encontrada sobre esta comunidade é o censo de 1784, no qual se afirma que a origem dos Melungos é portuguesa.
O autor refere a existência de uma placa algures onde se lê: “Em 1567 passou por aqui uma expedição espanhola comandada por Juan Pardo” e afirma ser do seu conhecimento anterior que Juan Pardo trouxera portugueses para a Florida. Mais tarde descobriu um livro sobre os Melungos onde se afirmava que estes seriam descendentes de portugueses e espanhóis que foram para certas zonas da Carolina do Norte à procura de ouro e que foram capturados ou auxiliados pelos índios Cherokee.

Ficam estas revelações e o tema para posteriores investigações.

sábado, 8 de setembro de 2018

-"Les portuguais": a comunidade de luso-descendentes de Casamansa, no Senegal"


Depois de 75 anos de domínio francês e de 37 anos de independência os crioulos de Ziguinchor ainda são conhecidos como "les portuguais".

Na margem do rio Casamansa, no Senegal, encontra-se a cidade de Ziguinchor que nasceu a partir de uma feitoria instalada pelos portugueses em 1645.
Da sua população faz parte uma classe social designada por "fijus di terra", constituída por descendentes de portugueses e mulheres de etnia Diola, que ainda hoje mantêm apelidos portugueses como Afonso, Barbosa, de Carvalho, da Silva, e da Fonseca, entre outros.
Esta classe social é dos proprietários da terra, e distingue-se dos demais grupos étnicos pela língua crioula, pela religião católica, pelas maneiras, hábitos e vestes europeus. Talvez a característica mais sonante desta população fosse o conhecido "Domingo de Ziguinchor" em que a população ia à missa e passeava com as melhores roupas e chapéus pelas ruas e jardins de Ziguinchor.


O objetivo da feitoria de Ziguinchor era o comércio com o reino de Casamansa, o reino mais amigo dos portugueses ao longo da costa da Guiné, cujo rei vivia à moda europeia, com mesa, cadeiras e roupas ocidentais, contando com muitos portugueses na sua corte.
Com o passar dos séculos Portugal deixou a região progressivamente abandonada, em favor de outras prioridades, vindo a feitoria a converter-se num simples presídio.
A região de Ziguinchor e de Casamansa foi cedida à França em 13 de Maio de 1886, após pertencer a Portugal durante 240 anos.
No censo de 1963, dos 42.000 habitantes de Ziguinchor, 35.000, falavam o crioulo (83%), e 30.000 tenham o crioulo como língua materna (71,4%).
Depois de 75 anos de domínio francês e de 37 anos de independência os crioulos de Ziguinchor ainda são conhecidos como "les portuguais".

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

-"Comunidade de TUGU (Indonésia)"


Tugu é uma aldeia a poucos quilômetros de Jacarta, a capital da Indonésia, mais precisamente na ilha de Java. Em Tugu sente-se uma tranquilidade típica das aldeias portuguesas para o que contribuem a igreja branca datada do século XVII e um largo com arvoredo que lembra o centro de algumas aldeias de Portugal.


Tugu foi formada no século XVII com os prisioneiros feitos nos territórios portugueses da Índia que os holandeses conquistaram. Com eles trouxeram um crioulo baseado no português que, juntamente com a língua portuguesa passou a ser a língua franca em Batávia (atual Jacarta), capital da antiga Holanda Oriental, bem como nos arredores.
Ainda no século XVII, após o fim do império colonial português no Sudeste Asiático, chegaram àquela zona comerciantes, artesãos e aventureiros oriundos de Malaca, Ceilão, Cochim e Calecute. O cruzamento entre os dois grupos fez nascer os chamados “Portugueses Negros”, que tinham em comum a língua portuguesa e a religião cristã.
Dos casamentos com mulheres portuguesas, os holandeses viram-se forçados a ter que aprender o chamado português corrupto, tanto para a vida doméstica como na comunicação com os povos locais.
Ainda durante muito tempo o português não corrupto foi a língua franca na Indonésia e na costa oriental indiana e utilizado como língua litúrgica, sendo até ensinado nas escolas. 

De 1670 a 1978 (mais de três séculos) a Comunidade de Tugu manteve a sua língua até à morte do seu último falante fluente, Joseph Quiko. Hoje a linguagem sobrevive apenas nas letras das músicas antigas do gênero Keroncong Moresco (Keroncong Tugu
). 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

-"Indonésia": Comunidade de Luso-Descendentes de Lamno"


Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar à Indonésia, no início do século XVI e, apesar de terem-se estabelecido sobretudo na região oriental do país, alimentaram o sonho de controlar o comércio da pimenta desde a zona estratégica do Norte da Samatra até ao mercado chinês.

Criança de Lamno, Indonésia

Os portugueses da província indonésia de Aceh, conhecidos localmente como “olhos azuis”, estão em risco de se extinguirem desde que o tsunami de 2004 reduziu a comunidade de centenas de pessoas a menos de uma dezena. Antes do tsunami, a comunidade teria talvez cerca de 500 pessoas, enquanto que agora é difícil apontar um número, porque a região conta com descendentes de outros europeus e árabes.

sábado, 18 de agosto de 2018

"Kristang": a Comunidade de Luso-Descendentes de Malaca"


Os portugueses chegaram há quinhentos anos a Malaca. A diáspora lusitana subsiste, com inusitado fulgor e entusiasmo, num pequeno bairro piscatório malaio, onde se luta pela manutenção da cultura portuguesa. Hoje e sempre. Em Malaca (Melaka, i.e., “O Estado Histórico”), o terceiro mais pequeno Estado da Malásia, existe um povo conhecido por Kristang (“cristão”), que descende dos portugueses e que sobrevive desde o século XVI como uma pequena comunidade.



A comunidade luso-descendente não abdicou da identidade cultural. Meio milénio após a chegada lusa e 370 anos após a sua partida, todos continuam a afirmar-se, orgulhosamente, portugueses. A cultura popular portuguesa transmite-se de pais para filhos, por via oral.  Contam-se histórias, ensinam-se costumes e tradições, transmite-se «o portugis antigo», que falavam os primeiros colonos, corrompido por séculos de transmissão oral sem um único registo escrito ou resquício de ensino oficial.

Da presença portuguesa restam, ainda hoje, além da Comunidade Kristang, a Porta de São Tiago (entrada principal da Praça-Forte a que chamaram "A Famosa")



 e uma réplica de uma nau portuguesa onde está instalado um museu. 




sexta-feira, 10 de agosto de 2018

-“Burghers”: Comunidade de Luso-Descendentes do Sri Lanka (ex-Ceilão, ex-Taprobana)

Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os descendentes de portugueses e holandeses no Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses e portugueses, católicos e falantes do indo-português do Ceilão, uma linguagem crioula de origem portuguesa. Os Burghers portugueses são maioritariamente descendentes de mestiços de origem portuguesa e cingalesa, geralmente pai português e mãe cingalesa ou mãe descendente de portugueses com pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos portugueses, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1505.

Burghers

Quando os holandeses tomaram as costas do Sri Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os descendentes dos portugueses refugiaram-se nas montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio cingalês. Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida como língua franca do índico que até os holandeses a falavam. No Censo de 1981 os Burghers (holandeses e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da população total do Sri Lanka). Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem até hoje, como Pereira, Abreu, Salgado, Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram parte da cultura do Sri Lanka.

Da colonização portuguesa à independência

Os primeiros europeus a visitarem o Sri Lanka foram os portugueses: Dom Lourenço de Almeida chegou à ilha em 1505 e encontrou-a dividida em sete reinos que guerreavam entre si e que seriam incapazes de derrotar um invasor. Os portugueses ocuparam, primeiro, a cidade de Kotte, mas, devido à insegurança do local, fundaram a cidade de Colombo em 1517 e, gradualmente, estenderam seu controle pelas áreas costeiras.
Muitos cingaleses converteram-se ao cristianismo porém, em 1602, quando o capitão holandês Joris Spilberg chegou à ilha, o rei de Kandy, de religião budista, pediu-lhe auxílio. Em 1638, os holandeses atacaram pela primeira vez e só em 1656 é que Colombo foi tomada. Por volta de 1660, os holandeses controlavam toda a ilha, exceto o reino de Kandy.
Durante as guerras Napoleônicas, o Reino Unido, temendo que o controle da França sobre os Países Baixos fizesse com que o Sri Lanka passasse ao controle francês, ocuparam a ilha. Em 1802, a ilha foi, formalmente, cedida à Grã-Bretanha. Em 1815, Kandy foi ocupada, pondo fim à independência do reino do Sri Lanka. Um tratado em 1818 preservou a monarquia de Kandy, porém como dependência britânica.
Os britânicos, seguindo sua prática comum de "dividir para governar", favoreciam ora um grupo, ora outro, para fomentar a rivalidade. Também favoreceram os burghers e também alguns cingaleses de castas mais altas, fomentando divisões e inimizades que sobrevivem desde então. Os burghers receberam um certo grau de autogoverno no início de 1833. O sufrágio universal só foi introduzido em 1931.
O Sri Lanka tornou-se independente em 4 de fevereiro de 1948, mediante a realização de tratados militares com a Grã-Bretanha. Permaneceram intactas as bases aéreas e navais britânicas instaladas no país.



terça-feira, 7 de agosto de 2018

-"Bayingyis": Comunidade de Luso-Descendentes de Myanmar (ex-Birmânia)


Bayingyis (Myanmar, antiga Birmânia)
A hegemonia portuguesa no Índico e no Pacífico durou perto de um século e seria profundamente abalada com a chegada dos holandeses àqueles mares.
Com a substituição da dominação portuguesa pela holandesa – permanecendo nas terras que as viram nascer; deportados para outras paragens; ou forçados à emigração – as cristandades mestiças euro-asiáticas do Oriente talharam a identidade colectiva de cada uma que perdurou até aos nossos dias e que assenta em dois pilares principais: a religião católica e a língua crioula.

Entre essas comunidades destaca-se a dos descendentes dos muitos soldados portugueses que na época de Seiscentos lutaram ao lado dos soberanos de Ava e do Pegu, reinos da antiga Birmânia, ou que faziam parte do pequeno exército de Filipe de Brito, ou do seu companheiro de armas Salvador Ribeiro de Sousa, senhores feudais em terras do Oriente, ambos empossados com o título de ‘rei do Pegu’, e que são hoje conhecidos em Myanmar (ex-Birmânia) como os ‘bayingyis’.

Tendo conseguido a unificação do país, o rei Alaungpaya expandiu o seu poderio para oeste, entrando em conflito com os interesses britânicos. Após três guerras (1824, 1826 e 1885) todo o território ficou submetido ao controle britânico. Durante a II guerra mundial o país foi ocupado pelos japoneses e após a libertação teve a sua independência proclamada em 4 de janeiro de 1948.



sexta-feira, 3 de agosto de 2018

-" Índia: comunidade de luso-descendentes de Korlai"


Korlai é uma aldeia que fica perto das ruínas da antiga cidade fortaleza de Chaul construída pelos portugueses no séc. XVI, em 1534. Chaul foi uma das cidades mais importantes e estratégias do Império Português do Oriente, de tal forma que era uma cidade bem apetecida para os adversários dos portugueses. Os portugueses começaram a frequentar aquelas águas a partir de 1501, com o apoio do potentado local que se fizera vassalo do rei de Portugal para se livrar da influência do Samorim de Calecut..

korlai


A povoação conta com cerca de 900 falantes no entanto encontra-se ainda por estudar, pois ainda não há nenhum estudo sobre a língua ou sobre os costumes deste povo. A descendência de Korlai resulta da presença de soldados Portugueses que se casaram com as nativas, bem como um pequeno grupo de mulheres de Goa que se casaram com portugueses. Os seus costumes e tradições indicam essa origem e incluem a religião cristã, a celebração de diversas festividades e até músicas populares.

domingo, 29 de julho de 2018

- "Comunidades de luso-descendentes que Portugal ignora"

Não é de estranhar que os políticos portugueses ignorem as comunidades de luso-descendentes que persistem em existir após o fim do Império Português do Oriente; ELAS NÃO DÃO VOTOS ! ...

Estão espalhados um pouco por todo o mundo e são a maior prova do legado dos Descobrimentos, quando os portugueses partiram para terras distantes em busca de glória e riqueza. A grande maioria deles ainda fala crioulo de origem portuguesa e ainda mantém vivas algumas tradições dos seus  antepassados. É comum, em muitos locais, ainda cantarem em português e a religião católica é outro factor que os une. 
Existem muitas comunidades que descendem dos portugueses, desde a América até à Ásia. Algumas estão a desaparecer; outros ainda conseguem manter viva a chama dos seus ancestrais e o amor por Portugal. 
Recordemos a Comunidade Ziguinchor, do Senegal; a Comunidade Korlai, da Índia; a Comunidade Bayinghyis, da Birmânia; a Comunidade dos Burghers, do Sri Lanka; a Comunidade Kristang, da Malásia; e, na Indonésia, as Comunidades da Ilha das Flores, de Lamno (na ilha de Samatra) e a de Tugu (na ilha de Java).

Seria bom que os responsáveis reconhecessem que preservando estas comunidades Portugal ganharia, em prestígio e em mercados já que, aparentemente, nada mais lhes interessa.   

quarta-feira, 30 de maio de 2018

-"Não há dúvidas que, cada vez mais, a idade é só um número !..."

Aos 114 anos, candidato a homem mais velho do mundo quer parar de fumar

Mohammed Allie, BBC News, Cidade do Cabo


Fredie Blom, aos recém-completados 114 anos, garante que não há segredos para a longevidade


Aos 114 anos, Fredie Blom pode ser, em breve, reconhecido como o homem mais velho do mundo. Ele passou a maior parte da vida trabalhando em uma fazenda e, depois, na construção civil durante o período do apartheid na África do Sul. Conseguiu parar de beber álcool anos atrás, mas ainda é um fumador regular.
"Todos os dias eu fumo dois ou três 'pílulas'", conta Blom, referindo-se à gíria sul-africana pill, em inglês, usada para os cigarros em que o fumador enrola o próprio tabaco em uma mortalha. "Eu uso meu próprio tabaco, não fumo cigarros (comercializados)".

Blom diz que a vontade de fumar é muito forte, mais forte que a de parar. "Às vezes eu digo a mim mesmo que vou parar, mas esse sou eu mentindo para mim mesmo. O meu peito persegue-me para dar uma baforada e eu sou obrigado a fazer uma 'pílula'."

sábado, 10 de fevereiro de 2018

-" Como se formam as ondas gigantescas da Nazaré "

 O vídeo que se segue explica como se formam as ondas mais famosas de Portugal, mas a sua formação pode ser assim resumida:


- a ondulação do largo que chega à zona costeira, propaga-se mais rapidamente sobre a Fossa da Nazaré, (vulgarmente hoje chamada de "Canhão da Nazaré")  onde a água é mais profunda, do que na plataforma continental adjacente, onde a água é relativamente pouco profunda.
Esta diferença na propagação da onda, dependendo da profundidade sobre a qual ela se move, modifica a orientação das linhas de cristas e cavas (diz-se que a onda é refratada pela topografia, tal como os raios de luz são refratados quando passam do ar para a água), criando zonas onde a onda converge. Esta convergência focaliza a energia da onda o que se traduz numa amplificação da onda.
Este processo parece ser particularmente eficaz na zona ao largo da Praia do Norte, durante os períodos de ondulação (swell) predominante de Noroeste ou de Oeste, e em algumas simulações efetuadas, recorrendo a modelos numéricos, sugeriram que uma onda ao largo com 10m de altura pode ser amplificada por este processo, atingindo cerca de 20m na área da Praia Norte.
O que torna a Nazaré especial é a orientação da sua Fossa Submarina e o modo como ela interseta a linha de costa permitindo que ela modifique as correntes que a própria ondulação cria junto à costa, fazendo com que em certos períodos se desenvolva uma corrente forte que se opõe às ondas.
Em poucas palavras, as fossas submarinos como a Fossa da Nazaré, modificam o modo como a ondulação se propaga, permitindo a existência de zonas na proximidade da fossa onde a onda converge e se amplifica.
Ao largo da Praia do Norte, este processo parece ser reforçado por correntes costeiras que se opõem às ondas e pela diminuição rápida do fundo que a onda sente ao passar da fossa para a plataforma próxima.
A Fossa da Nazaré é conhecido de há muito, e em tempos remotos considerada como um abismo insondável. O conhecimento científico deste canhão submarino, nomeadamente sobre as suas características gerais nas proximidades da costa, poder-se-á localizar no início do século XX, com um conjunto de levantamentos hidrográficos realizados pela Missão Hidrográfica (o precursor do atual Instituto Hidrográfico), posteriormente descritos por Ferreira de Andrade (1937).
O Canhão Submarino da Nazaré estende-se por cerca 170 km, desde profundidades abissais de 5000m até cerca de poucas centenas de metros da Praia da Nazaré, onde a parte terminal do canhão (chamada a cabeceira do canhão) chega a 150m de profundidade.
A parte do Canhão da Nazaré que corta a plataforma continental constitui um desfiladeiro submarino verdadeiramente impressionante, com uma largura máxima de cerca de 6 quilómetros e paredes que descem até aos 2000 metros de profundidade.


sábado, 20 de janeiro de 2018

-" Os Espigueiros "











Os espigueiros, canastros ou caniceiros, conforme os materiais uilizados na sua construção, além de serem um celeiro onde o lavrador guarda as espigas de milho, constituem verdadeiras obras de arte popular. São parte valiosa do património cultural português de grande interesse etnográfico.

Para além da sua utilidade, os espigueiros têm uma elevada carga simbólica, quase como sacrários, onde se guarda o alimento para o ano inteiro que se procura proteger contra todos os males recorrendo à implantação de uma cruz.


A função do espigueiro é a secagem das espigas protegendo-as da humidade e de pássaros, ratos, insetos e formigas, o que determina a sua forma de construção.  
Encontram-se ainda bastantes no Norte de Portugal e na Galiza.





quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

-" Na região dos Grandes Lagos, no Equador "

Terminamos 2017 com um inspirado documentário sobre a Natureza.

Vamos começar 2018, também, com um excelente documentário sobre a Natureza mas, desta vez, centrados na região dos "Grandes Lagos" formada pelo rio Amazonas no Equador.

Iremos encontrar comoventes imagens, como esta, e ...



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toda a grandiosidade da Natureza no vídeo que se segue-